violência contra a mulher

Justiça manda prender empresário por torturar ex-namorada com barra de ferro por 4 horas

Jhonatan Galbiatti Mira está foragido; jovem tem manchas no cerébro

O juiz da 2ª Vara Criminal de Primavera do Leste, Roger Augusto Bim Donega, decretou na tarde desta segunda-feira (24) a prisão preventiva do empresário Jhonatan Galbiatti Mira, de 26 anos, por espancar a ex-namorada com uma barra de ferro numa “sessão de tortura” que durou cerca de quatro horas. A agressão aconteceu dentro da casa dele, que se encontra foragido.

Consta nos autos que a vítima, que também tem 26 anos, manteve relacionamento com o acusado durante seis anos e que a relação era marcada pelo comportamento agressivo e descontrolado do ex-namorado. Há relatos de que a vítima sofria agressões verbais e vias de fato durante o relacionamento.

Segundo Ministério Público, o jovem não tinha controle emocional. “Denota-se dos autos, que a vítima manteve relacionamento abusivo com o representado, marcado pelo comportamento agressivo, destemperado e descontrolado do ex-namorado; há relatos de sérias altercações, agressões verbais e vias de fato durante o relacionamento; ao que consta o autor da violência era (é) extremamente ciumento e possessivo e buscava controlar, intimidar e submeter a vítima às suas vontades. Há relatos que durante discussões, o representado quebrava objetos em razão de seu descontrole”, cita.

Os dois teriam terminado o relacionamento em setembro de 2020 e desde o fim não teriam mantido contado. Entretanto, há duas semanas os voltaram a se falar e se encontrar.

No dia 19 de maio, por volta das 19h00, a vítima se encontrou com o ex-namorado e os dois foram para a casa dele. No local, o rapaz preparou um jantar e os dois tomaram vinho juntos.

Em determinado momento pela madrugada, Jonathan teria pego o celular da vítima e exigiu que ela passasse a senha do aparelho. O acusado, então, passou a ver suas mensagens nas redes sociais, tendo uma crise de ciúmes.

Em depoimento a Polícia Civil, a vítima relatou que todas vezes que o celular bloqueava, ela era espancada e obrigada a passar a senha novamente. Ela foi agredida várias vezes na cabeça, mãos e olhos.

A sessão de tortura teria começado às 2h e durado até às 6h. Os dois estavam sozinhos no local.

Além de ser agredida fisicamente, a jovem também era xingada de “vagabunda e mentirosa”. A jovem apresentou sangramento na orelha e chegou a ficar inconsciente.

MANCHAS NO CÉREBRO

Após a sessão de tortura, a jovem ainda foi levada para o seu carro e mesmo com dificuldades, conseguiu chegar em casa, onde chegou e acabou dormindo. Na manhã seguinte, a mãe da jovem adentrou ao quarto e se deparou com a situação da filha.

Em depoimento, a mãe da jovem deu detalhes das agressões. “Sua filha foi agredida fisicamente por seu ex-namorado, narra que o suspeito abordou a vítima dizendo que queria conversar, foram pra casa dele, ele ligou o som no volume máximo, arrancou o celular da vítima, machucando seu dedo para que ela desbloqueasse o celular, quando ele viu as mensagens, começou a agredi-la brutalmente, inclusive utilizando uma barra de ferro, conversava e batia, a vítima relata que ficava quieta, porque estava com medo de morrer”, conta.

Segundo a genitora, uma “pequena mancha no cérebro” foi detectada nos exames de tomografia. É citado que praticamente em todo corpo da vítima existem sinais de violência.

Em sua decisão, o juiz destaca que o agressor ameaçava a vítima constantemente a agredia. “Vale mencionar que em análise dos autos, denota-se que não é a primeira vez que o acusado foi/é agressivo com a vítima, tendo o mesmo até mandado mensagens para o genitor da mesma dizendo: “eu vou acabar matando a filha de vocês”, sendo, portanto, contumaz em práticas de crimes que envolvem o âmbito doméstico e familiar, demonstrando que o representado continua de forma agressiva a vilipendiar a integridade física e psíquica de suas companheiras, em total desrespeito à condição do gênero feminino”, comenta.

Fonte: Isso é Notícia
Créditos: Isso é Notícia