após passar mal

EM JOÃO PESSOA: Jovem morre em rave, e público denuncia negligência no evento; MP deve investigar

Foto: Reprodução/Leonardo Fernandes/Arquivo pessoal

Um jovem morreu após passar mal em uma rave que aconteceu em João Pessoa, no Parque Haras São José, entre o sábado (15) e o domingo (16). Uma manifestação foi feita ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) nesta quarta-feira (19), denunciando que a festa aconteceu sem restrições para evitar a disseminação da Covid-19 e sem distribuição de água para os participantes, o que ocasionou em um grande número de pessoas que passaram mal.

O corpo do jovem Ruben Michel Nogueira da Silva, de 29 anos, saiu da rave direto para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO). Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (SES), o corpo chegou ao serviço domingo (16) e o médico o transferiu à Gerência de Medicina e Odontologia Legal (Gemol) do Instituto de Polícia Científica (IPC).

Conforme o superintendente do Instituto de Polícia Científica (IPC), Marcelo Buriti, foi realizado um exame toxicológico na vítima, que deve sair em cerca de dez dias.

Uma pessoa da família de Ruben, que preferiu não ser identificada, disse ao g1 que o jovem era de Patos, mas morava em Afogados da Ingazeira, em Pernambuco, onde atuava como personal trainer. O enterro foi em João Pessoa, na tarde da terça (18).

Ainda conforme o relato do familiar, quem ligou para informar da morte de Ruben foi uma pessoa que estava com ele na festa. “Falou que ele passou mal, que começou a convulsionar, a se sentir mal e tentaram reanimar ele, mas não conseguiu resistir”, disse ao g1.

O parente afirma que Ruben era saudável e não tinha nenhuma doença pré-existente. O familiar diz também que a causa da morte foi um edema agudo no pulmão, mas isso ainda deve ser confirmado conforme o exame toxicológico.

Segundo o MPPB, até esta quinta-feira (20), a manifestação ainda não havia sido distribuída para uma promotoria, mas isso deve ocorrer nos próximos dias. A denúncia afirma que a organização do evento “deixou seu público sem o direito básico de beber água, ocasionando um número alto de pessoas que passaram mal com o calor extremo e inclusive culminou em um óbito”.

O g1 procurou a Gerência de Vigilância Sanitária de João Pessoa para perguntar se existe alguma investigação ou denúncia sobre as irregularidades citadas, mas até a publicação desta matéria, não obteve respostas.
Conforme a Polícia Civil, nenhum Boletim de Ocorrência foi registrado sobre o caso. A família de Ruben informou que vai aguardar o resultado do exame toxicológico para decidir se vai à polícia.
O que diz a organização

O organizador da rave Alien Nation, João Morais, disse ao g1 que a equipe contava com 10 bombeiros, equipe médica e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Móvel.

“Tem uma pessoa da nossa equipe que está a caminho de Patos para prestar solidariedade e esclarecer todas as dúvidas aos pais do rapaz, levando o laudo médico e os áudios gravado pelo médico explicando todo o procedimento feito”, disse.

A Alien Nation chegou a postar uma nota nas redes sociais, pedindo desculpas em relação às reclamações de desorganização do evento, mas o post foi apagado nesta quinta-feira (19) e página do evento se encontra indisponível nas redes sociais.

No post deletado, a equipe da Alien Nation afirma que a edição foi um desafio e que eles pecaram com o público em relação ao atendimento. “A entrada do evento e o nosso bar foi terrível, tentamos fazer o possível para melhorar o atendimento e resolver os problemas durante o evento, porém sem sucesso. Falhamos e falhamos feio”, escreveram.

Além disso, a equipe falou sobre a falta de copos no evento. Quem comprou o ingresso promocional deveria receber um copo e um cordão, mas isso não aconteceu devido um bloqueio da mercadoria.
Nas redes sociais, relatos sobre a Alien Nation viralizaram. Um perfil foi criado em uma rede social para reunir os comentários.
Em um dos relatos, é dito novamente que não foi cobrado cartão de vacinação na entrada, o que vai contra a Lei nº 12.083 da Paraíba.

De acordo com a lei, deve ser exigido o comprovante de vacinação para entrar em estabelecimentos comerciais, como bares, restaurantes, shows, entre outros ambientes de lazer no estado.

Os participantes se queixaram da falta de água ou distribuição de garrafas vencidas, além de falta de sombra e de higiene no local.

Fonte: G1
Créditos: G1