inquérito

Deputado Douglas Garcia é alvo do MP por dossiê sobre 'antifascistas'

Vítimas que tiveram dados vazados relataram medo e registraram boletim de ocorrência. Parlamentar disse que ainda não foi notificado de nova investigação sobre suposta prática de improbidade administrativa

O Ministério Público de São Paulo abriu um inquérito civil para apurar a suposta prática de improbidade administrativa por parte do deputado estadual Douglas Garcia (PSL) na divulgação e formação de um dossiê “antifascista”, divulgado nas redes sociais, e que continha dados de pessoas que participam de um movimento contra o governo federal.

O parlamentar negou a divulgação dos dados de opositores e afirmou que apenas entregou o material à polícia. A Secretaria de Estado de Segurança Pública disse que não recebeu o documento, que contém cerca de mil nomes com fotos, números de telefone e endereços.

O dossiê foi alvo de representação de várias vítimas ao MP, que, agora, irá apurar a conduta do deputado estadual no caso. O inquérito está sob responsabilidade do promotor Paulo Destro.

A suspeita, segundo o MP, é que Douglas Garcia tenha utilizado a máquina administrativa e equipamentos de seu gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na elaboração e divulgação do dossiê nas redes sociais.

Ao G1, a assessoria de Douglas Garcia informou que o parlamentar não tinha conhecimento da abertura do inquérito e só irá se manifestar quando for notificado.

Após a divulgação do material, Douglas Garcia gravou alguns vídeos anunciando que tinha mandado para a embaixada americana cópia do conteúdo. Outros parlamentares fizeram boletim de ocorrência contra ele.

O deputado é alvo de outro inquérito no MP paulista que também apura o uso da máquina pública por Garcia para a propagação de notícias falsas nas redes sociais. Computadores do gabinete dele e o celular de um assessor foram apreendidos em outro inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a divulgação de “fake news”, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.

Vítimas representaram ao MP

Pessoas que tiveram os dados pessoais expostos no dossiê divulgado pelo deputado procuraram a polícia, o MP e órgãos de defesa dos direitos humanos buscando reparação pelos danos causados.

Eles temem por suas vidas e de sua família.

“Por que eu fui exposto em uma lista como se fosse um criminoso? Eu sou um pai de família, contador. É loucura a gente se expressar politicamente nas redes sociais e ser perseguido por isso”, disse uma das vítimas.

A reportagem pediu ao MP paulista o documento que determinou a abertura do novo procedimento contra Garcia, e aguarda retorno.

Fonte: G1
Créditos: G1