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CASO BERNARDO: Pai que matou filho de 1 ano é encontrado morto em cela 

O pai da criança também havia cumprido pena por ter matado a própria mãe em 1992.

Paulo Roberto de Caldas Osório, de 45 anos, acusado de matar o próprio filho de 1 ano e 11 meses em novembro de 2019, foi encontrado morto na tarde de ontem (11), na cela onde era interno, no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

O menino Bernardo da Silva Marques Osório foi sequestrado, envenenado e teve o corpo jogado em uma rodovia de Palmeiras, na Bahia. O pai da criança também havia cumprido pena por ter matado a própria mãe em 1992.

A Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), vinculada à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF), informou que o corpo de Osório foi encontrado por volta das 17h15, quando era realizada a inspeção vespertina na penitenciária.

O corpo do acusado estava no chão da cela com sinais de enforcamento. A sirene foi acionada e um policial penal deu entrada no local para iniciar procedimentos de reanimação, mas sem sucesso. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e comprovou o óbito ao chegar.

Osório, que era ex-servidor do Metrô, estava preso e isolado desde dezembro do ano passado. O objetivo era evitar que ele fosse alvo da massa carcerária em função da gravidade do crime cometido.

A cela passou por perícia da Polícia Civil e o fato foi registrado na 30ª Delegacia de Polícia. “A Sesipe esclarece que será instaurado procedimento administrativo para verificar as circunstâncias do ocorrido”, disse a nota.

A Sesipe também destacou que toda morte dentro do sistema penitenciário gera ocorrência policial. O corpo é encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para necropsia e é instaurado procedimento administrativo.

Paulo foi morto, diz defesa

Osório já havia sido preso em 1992 e ficou dez anos na ala psiquiátrica do Complexo Penitenciário da Papuda. Foi solto após cumprir sua pena. Após cometer o crime contra o filho, respondia por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

A defesa chegou a solicitar que ele fosse transferido para a Ala dos Vulneráveis, no Complexo Penitenciário da Papuda. Porém, um exame psiquiátrico do Instituto Médico Legal (IML) atestou que o acusado não tinha transtorno mental.

O advogado de Osório, Luciano Macedo Martins, afirma que não concordou com o resultado do exame e garantiu que vai mover uma ação para responsabilizar o Governo do Distrito Federal e a Justiça do DF pela morte do cliente.

“A defesa não acredita que tenha sido suicídio. Queremos que seja feita uma apuração correta, firme e precisa. Havíamos pedido um novo laudo. Paulo acreditava que iria ser transferido para uma outra ala e começar o tratamento. Infelizmente não deu tempo. Isso tem que ser apurado”, pontuou o advogado.

Entenda o caso

O pequeno Bernardo era fruto de um relacionamento de Osório com a advogada Tatiana da Silva, 30. Os dois foram casados por três anos e se separaram assim que a criança nasceu. No dia 29 de novembro do ano passado, o suspeito buscou o filho em uma creche, na região da Asa Sul, centro de Brasília. O combinado era que devolveria o menino no mesmo dia, mas, por volta de 20h, ele enviou uma mensagem para Tatiana informando que iria fugir com a criança.

“Paulo sempre foi tranquilo e presente na vida do meu filho. Era louco com o Bernardo. Meu filho também ama muito o pai. Como nunca tive problema, o Paulo pegava meu filho quando queria na creche e depois devolvia”, disse a mãe.

No dia 4 de dezembro, Osório foi preso na região de Alagoinha (BA). Segundo o delegado responsável pelo caso, ele colocou no suco de uva do menino quatro comprimidos para dormir. A polícia afirma que o pai tinha a intenção de matar a criança e que planejou o crime antecipadamente.

Fonte: UOL
Créditos: UOL