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Através de exames, IPC identifica que preso de 42 anos cometeu, pelo menos, 10 estupros em João Pessoa

A Polícia Civil da Paraíba, através de informações do Banco de Dados Genético do Instituto de Polícia Científica (IPC), conseguiu identificar que um homem de 42 anos que cumpre pena em um dos presídios de João Pessoa, também é o responsável por mais nove estupros, totalizando 10 casos de estupro, todos cometidos na Zona Sul de João Pessoa.

O diretor do IPC, Marcelo Burity, a chefe do Laboratório de DNA Forense, Sara Gurgel e a Coordenadora das Delegacias da Mulher da Paraíba, delegada Sileide Azevedo, receberam a imprensa em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 16, para falar sobre o caso.

Segundo a delegada Sileide Azevedo, o homem foi preso em 2020 após uma vítima procurar a Delegacia da Mulher, em João Pessoa, e relatar o caso de estupro. Foi realizada coleta de material genético e o suspeito foi preso, vindo depois a ser condenado e permanecer na cadeia após a confirmação do crime.

“É muito importante que as vítimas procurem a Delegacia da Mulher. Elas não podem ficar caladas. Em caso de estupro, essa procura deve ser imediatamente após o fato, sem que a mulher faça qualquer tipo de higienização. Com isso, podemos solicitar o exame sexológico e colher o material que depois será confrontado com o DNA do suspeito. Qualquer abuso ou violência contra a mulher deve ser denunciado imediatamente”, afirmou Sileide Azevedo.

Foi justamente a partir da confrontação de dados genéticos que outros nove casos de vítimas de estupro foram confirmados contra esse mesmo homem, preso graças à denuncia de uma vítima. “Os outros casos aconteceram entre os anos de 2010 e 2020, todos em bairros da Zona Sul da cidade. As vítimas tinham entre 15 e 26 anos de idade e todas foram assaltadas antes de serem estupradas. O DNA forense é uma prova científica irrefutável, não há como dar errado, portanto fica comprovado que esse estuprador é o mesmo que violentou as 10 mulheres., completou a delegada Sileide Azevedo.

Outra coisa que é importante destacar é que o Ministério Público tem um papel fundamental na resolução desses casos, pois foi a partir da solicitação do MP que os dados do suspeito foi inseridos no Banco de Dados de DNA Forense, que é um Banco de Dados nacional e serve para a confrontação com material coletado das vítimas.

Além desse caso, um outro está sendo investigado. Um homem que também já cumpre pena por estupro teria seu perfil genético confrontado e confirmada sua participação em, pelo menos, mais três vítimas em João Pessoa.

Paraíba já inseriu mais 3.600 perfis genéticos no Banco de Dados nacional

O diretor do Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC-PB), Marcelo Burity, revelou durante a entrevista que a Paraíba já inseriu 3.618 perfis genéticos no Banco de Dados nacional, Isso referindo-se apenas aos dados do ano de 2020. “Desses 3.600 perfis que colocamos no Banco Nacional, 360 são relacionados a crimes sexuais, ou seja, 10% dos perfis genéticos se referem a crimes de estupro”, disse.

A chefe do laboratório de DNA Forense da Paraíba, Sara Gurgel também revelou dados importantes. “Ao contrário do que muita gente pensa, não é somente para comprovar crimes de estupro que são guardados os perfis genéticos. Eles também servem para outros ripo de confrontação, como por exemplo, para desvendar crimes contra o patrimônio. Sobre os estupros, não é necessário, obrigatoriamente, que haja ejaculação para que os exames possam comprovar o crime. Se houve qualquer abuso sexual, a mulher deve sim procurar uma delegacia e fazer a denúncia, conversando e explicando o que ocorreu a uma delegada. Esta decidirá se vai pedir o exame sexológico às equipes do IPC”, assegurou.

Fonte: SECOM
Créditos: Polêmica Paraíba