Operação Belerofonte

Asdef diz que provará inocência sobre acusações de desvio de verbas, após operação do Gaeco

Segundo o MP, além das irregularidades em processos de pagamento, os investigados se apropriavam de valores repassados às pessoas portadoras de necessidades especiais e as ameaçavam, caso denunciassem o esquema

Na manhã desta quarta-feira (20), o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB) desarticulou um esquema de desvio de verbas destinadas a pessoas com deficiências credenciadas à Associação de Deficientes Familiares (Asdef), em João Pessoa.

Segundo o MP, além das irregularidades em processos de pagamento, os investigados se apropriavam de valores repassados às pessoas portadoras de necessidades especiais e as ameaçavam, caso denunciassem o esquema, como revelaram as vítimas em depoimento. De acordo com o delegado Allan Murilo Terruel, os valores desviados chegam a R$ 3 milhões.

A polícia chegou a cuumprir três mandados de busca e apreensão nas residências de Francisco Isidoro, presidente da Asdef, de Mércia Alves, tesoureira, e na sede da associação, no bairro de Tambauzinho, na capital.

Em nota de esclarecimento, a diretoria da Asdef se defendeu afirmando que vai buscar refutar as acusações às quais chama de “levianas”. Além disso, a associação também lamentou a “espetacularização” midiática sobre os fatos, que ainda estão sendo apurados.

Confira o comunicado na íntegra abaixo:

A diretoria da Associação de Deficientes e Familiares – ASDEF vem a público esclarecer sobre os fatos ocorridos nessa manhã do dia 19 de setembro, envolvendo a atuação da entidade em denúncias referentes ao contrato de Prestação de Serviços ao Tribunal de Justiça da Paraíba com a inclusão de mão de obras de pessoas com deficiência naquela instituição.

Ocorre que a ASDEF não foi previamente notificada para apresentar a documentação capaz de esclarecer todo este equívoco, ninguém de sua diretoria foi ouvido até o momento, e nem sequer teve acesso às razões que levaram a precoce medida cautelar de busca e apreensão cumprida hoje em sua sede.

Lamentamos, sobretudo, a espetacularização midiática que impõe sobre fatos que ainda estão sendo apurados, um julgamento unilateral e indevido, pois, como é notório a toda a comunidade paraibana, e, principalmente entre todas as pessoas com deficiência assistidas, a ASDEF é uma instituição que há 15 anos sempre atuou de forma responsável, transparente e dentro da lei.

Operação Belerofonte: Polícia Civil desarticula esquema de exploração de pessoas com deficiência, na Paraíba

 

A instituição está certa de que no momento adequado refutará a cada uma das levianas acusações, pois o bom trato aos seus usuários e empregados sem foi uma prioridade publicamente reconhecida, devendo aqueles que estão a noticiar fatos caluniosos prestarem também os seus devidos esclarecimentos a justiça.

De igual forma, a instituição não reconhece outras acusações noticiadas que estão deturpando os fatos na tentativa de criminalizar os esforços lícitos que foram adotados pela sua diretoria diante da dificuldade financeira enfrentada, priorizando acordos de natureza alimentar e trabalhista, e com o permanente esforço de honrar com todos os seus compromissos, inclusive, disponibilizando a justiça toda a documentação probatória necessária.

Por fim, a ASDEF agradece ao imenso apoio e solidariedade recebida nesse momento por seus usuários, amigos e parceiros, junto com os quais logo retomará as suas atividades, apoio e militância em favor da pessoa com deficiência e seus familiares.

A diretoria

Fonte: T5
Créditos: T5