O julgamento de David Oliveira de Araújo, acusado de feminicídio, que aconteceria na última quinta-feira (21), na Comarca de Cabedelo (PB), foi suspenso por causa de um pedido de desaforamento feito pelo Ministério Público.
Na decisão, a juíza Graziela Queiroga Gadelha de Sousa apontou dificuldade na formação do júri, temor dos jurados e risco à ordem pública, justificando a possível mudança do julgamento para uma comarca mais segura. E encaminhou o processo para a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba, que decidirá se o caso será transferido para outra comarca.
“Verifico que estão presentes os requisitos do artigo 427, para o desaforamento, dentre eles a dificuldade prática na formação do Conselho de Sentença e pelo temor dos jurados, como o interesse da ordem pública, evidenciado pela vinculação do acusado a facções criminosas e pelo clima de terror na localidade, com intimidação de testemunhas”, destacou Graziela Queiroga, em sua decisão
Segundo ela, o ideal é que o julgamento ocorra em uma comarca onde essas ameaças não existam, para garantir imparcialidade, segurança e anonimato dos jurados. O crime aconteceu em 25 de abril de 2024, na Praia de Formosa, em Cabedelo.
De acordo com a denúncia, David teria atraído a vítima sob o pretexto de uma conversa, mas, ao encontrá-la, cortou seus cabelos com uma faca e atirou duas vezes em sua cabeça, causando sua morte. Thayane havia se separado do acusado há cerca de três meses e possuía medida protetiva contra ele por agressões anteriores.
O réu responde por homicídio triplamente qualificado, com base no motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.