em bananeiras

NA ROTA DA CANA: Aguardente Rainha é fabricada na rota do Brejo desde 1877 e já é um clássico paraibano

Abrindo o Rota da Cana desta semana eu trago uma informação muito importante para todos aqueles que são apreciadores de uma boa cachaça! Principalmente para os apreciadores da nossa tradicional caipirinha!

“A caipirinha virou drinque na esteira da gripe espanhola, cujo vírus se espalhou pelo mundo e chegou ao Brasil em setembro de 1918, com os passageiros do navio de luxo inglês Demerara. No ano seguinte, alastrou-se avassaladoramente no país. Matou 35 mil pessoas, entre as quais Rodrigues Alves, nosso 5º Presidente da República, antes de assumir o segundo mandato.


A Dornas Havana produz dornas e barris de variados tamanhos, dentro da capacidade de 1 a 60.000 litros.




 

Se a gripe espanhola foi a origem, a caipirinha completou 100 anos de idade, ainda, no ano passado! Sua receita primitiva foi usada no interior de São Paulo para combater a pandemia mais letal que a humanidade já enfrentou. Serenada a calamidade, o drinque caiu no gosto do povo e se tornou popular em botequins e comemorações rurais”.
Pelo menos é o que nos diz o artigo Centenário da Caipirinha que está no site Cachaçaria Brasileira, publicado em agosto do ano passado!

Visitando a Terra da Rainha!
No entanto não vou falar de caipirinhas nessa matéria, mas é necessário que comecemos falando de um dos derivados mais importantes da nossa famosa cachaça que, ainda em 2018, fez aniversário, tornando-se uma bebida centenária e tão importante para nós brasileiros que nos orgulhamos do nosso próprio destilado e sobre o qual já tivemos a oportunidade de tratar em matérias anteriores aqui no Rota da Cana! Se vamos conhecer uma nova cachaça, a hora é essa. Você já está na Rota da Cana!

Neste final de semana eu vou visitar a “terra da Rainha” – e antes que alguém pense que resolvi dar um pulinho ali em Londres – na verdade vou até a cidade de Bananeiras, aqui mesmo na Paraíba! – Afinal não poderia deixar de conhecer a aguardente que se iguala as melhores cachaças da Paraíba e do Brasil e que é fabricada na rota do Brejo paraibano – a Aguardente Rainha Paraibana! Vou visitar o engenho Goiamunduba na estrada de Goiamunduba em Bananeiras, um dos mais antigos da região, o qual preserva as características do século passado utilizando algumas etapas de sistema artesanal para a produção da famosa cachaça.

Como pudemos observar em vários comentários de apreciadores da cachaça Rainha, na rede, “O engenho mantém suas características da época, além da produção característica, tornando a cachaça Rainha uma das melhores! O plantio e a colheita da própria cana de açúcar do local talvez seja o diferencial do sabor e suavidade da bebida”! Diz com entusiasmo um consumidor.

Rainha – um clássico paraibano!
Segundo o site Mapa da Cachaça, “A aguardente Rainha Paraibana começou a ser produzida em 1877 por Deocleciano Bezerra no Engenho Goiamunduba, numa região de solo fértil bom para a plantação da cana-de-açúcar e de clima ameno propício para a fermentação da aguardente artesanal. Desde sua inauguração, o engenho é exclusivo para a produção de destilado… Com Adriano Bezerra na administração, a quarta geração da família continua a tradição de produzir utilizando leveduras selvagens que fermentam o mosto em dornas de madeira. A destilação é feita em alambiques de cobre de fogo indireto”. Ainda segundo o mesmo site, “…a Rainha não pode ser chamada de cachaça, mas de aguardente de cana, porque tem graduação acima de 48%”, (as demais oscilam entre 40% e 42%), tornando-se um clássico paraibano! Ainda segundo o artigo, “depois de destilada, a aguardente é armazenada em dornas de freijó de 20 mil litros revestido de parafina por no mínimo 6 meses”.

O engenho comercializa para todo o Brasil. Pelos caminhos que nos levam ao Goiamunduba, vamos conversando com caminhantes, gente que visita o local, bem como moradores da região e o que nos contam é que o local é aberto para visitações com o horário de funcionamento de segunda à sexta das 8h às 17h; sábado das 8h às 13h e quem visita o local pode entender as etapas do processo, desde o arado até o armazenamento do líquido e ver de perto as máquinas de fabricação, como a moenda original do engenho da Alemanha, do ano de 1877. A Bodega do engenho funciona das 14h30 às 16h.

Uma aguardente em grande estilo
Chega a ser, para mim, uma grata surpresa, saber que “o Engenho recebe grupos grandes de turistas, principalmente do Rio Grande do Norte, e mantem a tradição da família, produzindo uma cachaça encorpada, apenas no tipo branca, usando o sistema artesanal com técnicas 100% naturais, com cana própria e que fica armazenada – como já dissemos – exclusivamente em pipas de freijó.

“Na produção da aguardente Rainha não se usa nenhum tipo de pesticida mostrando que a preocupação com o meio ambiente é uma constante. Apesar da fama da cachaça Rainha, conhecida em todo o Brasil, a sua produção é considerada pequena: cerca de 100 mil litros por ano, sendo pura e mais forte do que as demais, fator que conquistou adeptos no Brasil e no exterior. Em 1987, o Jornal do Brasil escolheu a cachaça Rainha como a terceira melhor do Brasil”.

Se você quer comprovar tudo o que foi dito aqui, é só pegar a estrada e, como diz um outro grande apreciador anônimo, para se chegar ao Engenho Goiamunduba, basta pegar “uma estrada de barro sinuosa entre as serras de Bananeiras, (terra da Rainha) fazendo dirigir em baixa velocidade e essa leva você até o engenho da Cachaça Rainha. Lá, há uma casinha antiga, na qual há um mural com o histórico da cachaça e fotos de seus antigos donos, onde também se pode apreciar a cachaça à vontade (num barril), podendo comprar itens da Rainha”. Frutas na sacola, no entanto, são imprescindíveis! Aventure-se!

Fonte: Por Francisco Aírton
Créditos: Francisco Aírton