Fronteira reaberta

Venezuelanos aproveitam para comprar comida no Brasil após reabertura da fronteira

O movimento de veículos entre o Brasil e Venezuela é intenso na manhã deste sábado (11), após a reabertura da fronteira, fechada por quase três meses. Em Pacaraima, cidade fronteiriça, veículos e pessoas voltaram a cruzar os dois países pela rota regular.

Venezuelanos fizeram fila para cruzar a fronteira e aproveitaram para comprar comida do lado brasileiro. Até as 9h, o tráfego seguia dentro do normal. Depois desse horário, passou a haver maior trânsito na entrada do Brasil, com pequenas filas. No posto de triagem da Operação Acolhida, que cuida do fluxo venezuelano, os atendimentos aos imigrantes ocorrem dentro do normal.

Na tarde dessa sexta-feira (10), quando a fronteira foi reaberta do lado venezuelano, cerca de 400 veículos entraram no Brasil, estimou o Ministério de Abastecimento, Pecuária e Agricultura (Mapa), órgão responsável pela fiscalização na região junto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O inspetor mecânico Yarcorny Barrio, de 43 anos, foi um dos que cruzou a fronteira para o Brasil logo cedo neste sábado. Ele mora na Venezuela e comemorou a possibilidade de pode vir ao país fazer compras.

“Com a fronteira aberta é muito melhor para comprar. Os produtos aqui (em Roraima) são mais acessíveis. Com a fronteira fechada, a situação estava muito ruim, pois a Venezuela não está produzindo nada, o que tem lá são apenas de importações”, afirmou.

Além dele, o venezuelano Davi Millán, de 51 anos, junto com a sobrinha Leomaris Rodriguez, de 18 anos, atravessou a fronteira caminhando da aduana até a faixa de fronteira em Pacaraima. Ele pretende seguir até a capital Boa Vista, onde vai se encontrar com a esposas e os filhos.

“A situação na Venezuela está muito difícil, eu trabalhava em uma empresa de alumínio, mas pagam muito pouco para se viver no país. Graças a Deus abriram a fronteira e tivemos a sorte de passar hoje”, disse.

Já Leomaris planeja seguir viagem para o Chile, onde outros tios e padrinhos. Os pais dela ficaram a Venezuela com uma outra irmã. “Tivemos sorte da fronteira abrir ontem. Mas a decisão de sair da Venezuela é muito difícil”.

“Vamos comprar comida aqui em Pacaraima, porque a Venezuela está em crise. Estou aliviado com a abertura da fronteira”, disse outro venezuelano ao seguir para o comércio local.

Nas ruas de Pacaraima também há uma grande movimentação de veículos venezuelanos, mas na que dê impacto à segurança urbana, “apenas desconforto no trânsito”, informou a Polícia Militar.

Fonte: G1
Créditos: G1