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Socialista amplia vantagem na corrida presidencial no Peru, diz pesquisa

Castillo obteve 41,5% de apoio na pesquisa do Instituto de Estudos do Peru (IEP), publicada no jornal La República

O candidato de esquerda nas eleições do Peru, Pedro Castillo, ampliou sua vantagem na corrida presidencial do país andino, segundo pesquisa divulgada neste domingo (25), com quase o dobro de apoio da adversária, a conservadora Keiko Fujimori.
Castillo, que se comprometeu a redigir uma nova constituição para dar ao Estado mais controle sobre a economia, obteve 41,5% de apoio na pesquisa do Instituto de Estudos do Peru (IEP), publicada no jornal La República.

Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que apoia a manutenção do modelo de livre mercado do Peru, teve 21,5%, a maior distância entre eles nas pesquisas até agora, antes do segundo turno, a ser realizado no dia 6 de junho. Todas as pesquisas mostraram Castillo com uma vantagem significativa.
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A eleição será um importante divisor de águas para o Peru, o segundo maior produtor mundial de cobre, onde o súbito crescimento de Castillo, um professor que conquistou apoio nas regiões mais pobres do país, abalou o mercado.

A economia do Peru, que cresceu por anos a uma das taxas mais altas da América Latina, afundou 11,12% no ano passado devido ao surto do coronavírus, que agora está retornando com força e sobrecarregando os serviços de saúde do país.
A pesquisa IEP, feita pelo telefone com 1.367 pessoas entre 17 e 21 de abril com uma margem de erro de 2,65%, também mostrou que 21,2% das pessoas disseram anular a cédula ou votar “em branco”, enquanto 15,7% permanecem indecisos.
Castillo tratou nos últimos dias de acalmar os temores do mercado, dizendo que não estatizaria as empresas e rejeitou veementemente as comparações feitas entre ele e outros líderes latino-americanos de extrema esquerda.
Quem é Castillo?

Castillo, de 51 anos, foi uma grande surpresa no primeiro turno das eleições presidenciais no Peru, um país com eleitores profundamente decepcionados com seus políticos tradicionais.
O candidato nasceu na pequena cidade andina de Puña, na província de Chota, onde os moradores costumam usar chapéu de aba larga, como Castillo usava em suas viagens e até mesmo no único debate presidencial realizado nesta campanha. Também dirigente sindical, no primeiro turno ele foi votar a cavalo na região andina de Cajamarca, onde reside.
O candidato prometeu desativar o Tribunal Constitucional, a mais alta corte do país, porque afirma que ela defende a “grande corrupção” e argumentou que caso se torne presidente fecharia também o Congresso se este não aceitar seus planos, embora depois tenha sido mais moderado dizendo que essa decisão passa pela aprovação da população.
Castillo é também muito conservador socialmente: se recusa a legalizar o aborto, é contra o “enfoque de gênero” na educação e tem relutado em reconhecer os direitos das minorias sexuais.

Fonte: G1
Créditos: G1