POLIAMOR

Religiosos são acusados de poligamia pela justiça canadense; Um teve 24 mulheres e 146 filhos

A Suprema Corte da província os declarou culpados de poligamia em um processo que se arrasta na Justiça desde os anos 1990. Blackmore e Oler podem pegar até cinco anos de prisão.

A Justiça canadense declarou culpados por poligamia dois ex-líderes de um secto religioso. Winston Blackmore, de 61 anos, foi acusado de praticar “uma forma de poligamia” ou “um tipo de união conjugal” com 24 mulheres entre 1990 e 2014. A imprensa do país listou, durante o processo, que o ex-bispo teve 146 filhos. Já James Oler, ex-cunhado de Blackmore, é réu por ter se casado com cinco mulheres entre 1993 e 2009. Uma lei centenária do país proíbe o casamento simultâneo com mais de uma pessoa.

Os dois são ex-bispos da comunidade mórmon de Bountiful, em British Columbia, uma comunidade isolada que reunia cerca de 1,5 mil residentes. A Suprema Corte da província os declarou culpados de poligamia em um processo que se arrasta na Justiça desde os anos 1990. Blackmore e Oler podem pegar até cinco anos de prisão.

A declaração de culpa é considerada ainda um teste à liberdade religiosa no Canadá. Por duas décadas, as investigações policiais que mostravam o abuso na comunidade não avançavam na Justiça pela preocupação de que a ação legal violaria o direito constitucional dos religiosos. Esta é justamente o argumento da defesa dos ex-bispos: tratavam-se de “casamentos celestiais”.

“Sou culpado de viver minha religião, e isso é tudo que vou dizer. Eu nunca neguei a minha fé”, disparou Blackmore após o veredicto.

Em 2011, porém, a Suprema Corte de British Columbia decidiu que a legislação de banimento da poligamia era constitucional e não violava a liberdade religiosa.

Fonte: Extra