Vítimas de abuso sexual

Irmãs podem pegar até 20 anos de prisão por morte do pai

Irmãs podem pegar até 20 anos de prisão por morte do pai

Três irmãs foram indiciadas por homicídio em Moscou, na Rússia, após esfaquearem e agredirem o pai até a morte. Investigações confirmam que o homem torturou e abusou sexualmente das garotas por pelo menos quatro anos.

Depois que o pai adormeceu, Krestina, Angelina e Maria, que era menor de idade à época, o atacaram com uma faca, um martelo e gás de pimenta. Elas o atingiram na cabeça, no peito e no pescoço.

Depois do crime, a filha mais nova ligou para a polícia, e as três foram presas. O corpo do homem foi encontrado com mais de 30 facadas.

O caso imediatamente provocou debate sobre a legislação da Rússia, que não tem leis específicas para proteger vítimas de violência doméstica. Desde 2017, agressores que são réus primários e que tenham batido em familiares pela primeira vez podem ser detidos por até duas semanas, caso a vítima não tenha precisado ir ao hospital.

Ativistas de direitos humanos defendem a libertação das irmãs, argumentando que elas não são criminosas, e sim vítimas. Para os advogados de defesa, o assassinato do pai foi um caso de legítima defesa – na legislação russa, a legítima defesa é prevista também em casos de violência continuada.

As investigações confirmam um longo histórico de violência na família. Avaliações psicológicas revelam que as irmãs viviam em isolamento e sofriam de estresse pós-traumático. Além da tortura física, psicológica e sexual das filhas, Khachaturyan também agrediu a mãe das garotas, Aurelia Dunduk. Ela diz que o homem a expulsou de casa em 2015 e proibiu as meninas de manter contato com ela.

Tanto Aurelia quanto os vizinhos da família já haviam denunciado o homem. No entanto, é comum que a polícia trate casos de violência doméstica como “problemas familiares”, oferecendo pouco ou nenhum apoio às vítimas.

É essa a lógica do setor mais conservador da sociedade russa, que defende a condenação das meninas. Uma associação chamada Estado dos Homens, que conta com quase 150 mil seguidores nas redes sociais, criou uma campanha chamada “Assassinos atrás das grades” para defender a causa.

Para os promotores do caso, o fato de as irmãs Khachaturyan atacarem o pai enquanto ele estava dormindo é prova de que o assassinato foi premeditado. Além disso, as meninas esconderam a faca logo de manhã, o que para a acusação sugere que elas coordenaram as ações. A motivação do crime seria vingança.

Caso sejam condenadas, as irmãs podem ficar presas por até 20 anos. No momento, elas respondem ao processo em liberdade, mas com restrições: não podem dar entrevistas ou se comunicarem entre si.

 

Fonte: Yahoo Notícias
Créditos: Polêmica Paraíba