discurso de ódio

Golpe em Mianmar: Facebook é bloqueado após ordem governamental

Uma carta postada online pelo Ministério das Comunicações e Informação durante a noite disse que o Facebook seria bloqueado até 7 de fevereiro por uma questão de "estabilidade"

Provedores de Internet em Mianmar, incluindo o MPT de telecomunicações estatal, bloquearam o acesso aos serviços de propriedade do Facebook no país nesta quinta-feira (4), dias depois que líderes militares tomaram o poder em um golpe.

Uma carta postada online pelo Ministério das Comunicações e Informação durante a noite disse que o Facebook seria bloqueado até 7 de fevereiro por uma questão de “estabilidade”.

Alguns usuários em Mianmar relataram que não conseguiram acessar vários serviços do Facebook.

O grupo de monitoramento de rede NetBlocks confirmou que a estatal de telecomunicações MPT, que afirma ter 23 milhões de usuários, bloqueou o Facebook, bem como seus serviços de Messenger, Instagram e WhatsApp. A norueguesa Telenor Asa disse que acabou de bloquear o Facebook para cumprir a diretiva.

O porta-voz do Facebook Andy Stone reconheceu a interrupção.

“Instamos as autoridades a restaurar a conectividade para que as pessoas em Mianmar possam se comunicar com suas famílias e amigos e acessar informações importantes”, disse ele.

Metade dos 53 milhões de habitantes de Mianmar usa o Facebook, que para muitos é sinônimo de internet.

“Atualmente, as pessoas que estão perturbando a estabilidade do país … estão espalhando notícias falsas e desinformação e causando mal-entendidos entre as pessoas usando o Facebook”, disse a carta do Ministério.

A Telenor expressou “grande preocupação” com a diretiva, que disse ter sido recebida por todas as operadoras de telefonia móvel e provedores de serviços de Internet na quarta-feira.

A empresa disse em um comunicado que direcionava os usuários a uma mensagem dizendo que os sites do Facebook não podem ser acessados por ordem do governo.

“Embora a diretiva tenha base legal na lei de Mianmar, a Telenor não acredita que o pedido seja baseado na necessidade e na proporcionalidade, de acordo com a lei internacional de direitos humanos”, disse a agência.

Na terça-feira, os militares alertaram contra a publicação do que dizem ser rumores nas redes sociais que podem incitar tumultos e causar instabilidade.

Investigadores de direitos humanos haviam dito anteriormente que o discurso de ódio no Facebook teve um papel fundamental no fomento da violência em Mianmar. A empresa disse que demorou muito para agir na prevenção da desinformação e do ódio no país.

Esta semana, o Facebook disse que está tratando a situação em Mianmar como uma emergência e tomando medidas temporárias para se proteger contra danos, como a remoção de conteúdo que elogia ou apoia o golpe, de acordo com uma porta-voz.

Fonte: CNN Brasil
Créditos: CNN Brasil