Após alerta dos EUA

G7 adverte Rússia para "pesadas consequências" caso ataque a Ucrânia

Grupo dos países mais ricos do mundo está reunido em Liverpool para debater a crise na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia

A Rússia enfrentará consequências enormes e graves se o presidente Vladimir Putin atacar a Ucrânia, alertou o Grupo dos Sete em um esboço de comunicado ao qual a Reuters teve acesso neste domingo (12).

A inteligência dos Estados Unidos avalia que a Rússia pode estar planejando uma ofensiva em várias frentes contra a Ucrânia já no próximo ano, envolvendo até 175 mil soldados.

O Kremlin nega ter planos de invasão e diz que o Ocidente está dominado pela “russofobia”. Moscou diz que a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ameaça a Rússia e violou as garantias dadas a ela quando a União Soviética entrou em colapso, em 1991.

Em uma reunião na cidade de Liverpool, no norte da Inglaterra, os representantes dos países do G7 disseram estar unidos na decisão de condenar o avanço militar da Rússia perto da Ucrânia, e apelaram a Moscou para diminuir a escalada.

“A Rússia não deve ter dúvidas de que novas agressões militares contra a Ucrânia teriam pesadas consequências e custos severos”, disse o esboço do comunicado, confirmado por fontes do G7.

“Reafirmamos nosso compromisso inabalável com a soberania e integridade territorial da Ucrânia, bem como o direito de qualquer estado soberano de determinar seu próprio futuro”, afirma o texto.

Um comunicado divulgado pela embaixada russa em Londres na noite de sábado (11), antes de o documento conjunto do G7 ser divulgado, disse que o uso frequente da frase “agressão russa” pela Grã-Bretanha durante a reunião em Liverpool é enganoso e tem a função de criar uma causa em torno da qual os países do grupo possam se reunir.

“A Rússia fez inúmeras ofertas à Otan sobre maneiras de diminuir as tensões. O fórum do G7 poderia ser uma oportunidade para discuti-las, mas até agora não ouvimos nada além de slogans agressivos”, disse o comunicado da embaixada russa.

Para Moscou, o crescente apoio da Otan à Ucrânia e a possibilidade de a Rússia ter mísseis da aliança voltados contra si em território ucraniano é uma “linha vermelha” que ela não permitirá que seja cruzada.

Putin exigiu garantias jurídicas de segurança de que a Otan não se expandirá mais para o leste ou colocará suas armas perto do território russo.

Washington disse repetidamente que nenhum país pode vetar as expectativas da Ucrânia com relação à Otan.

Em 2014, Putin ocupou a península da Crimeia, no Mar Negro da Ucrânia, levando o Ocidente a impor sanções à Rússia.

O Kremlin disse no domingo que Putin disse ao presidente dos EUA, Joe Biden, que as tropas russas não representavam nenhuma ameaça, e que Moscou estava sendo demonizada por movimentar tropas em seu próprio território.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que há diferenças conceituais muito sérias entre a Rússia e os Estados Unidos nas “linhas vermelhas” de Moscou.

O G7 é formado pela Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Japão, Canadá e Estados Unidos, além de um representante da União Europeia.

“Apelamos à Rússia para diminuir a escalada, buscar canais diplomáticos e cumprir seus compromissos internacionais sobre a transparência das atividades militares”, disse o G7 no texto.

O grupo acrescenta que está articulando acordos “a fim de resolver o conflito no leste da Ucrânia”.

Fonte: Polemica Paraíba com CNN
Créditos: Polemica Paraíba