Devastador

Furacão no Caribe: costa norte caribenha da Nicarágua foi atingida

O furacão, que evoluiu rapidamente na segunda-feira nas águas quentes do Caribe, destruiu os telhados de casas na região empobrecida, onde a população de origem indígena e afrodescendente já vinha sofrendo os efeitos furiosos do ciclone há 10 horas.

O Furacão Eta atingiu a costa norte caribenha da Nicarágua, perto da fronteira com Honduras, nesta terça-feira (3). O furacão foi classificado como categoria 4, com ventos à 230 km/h e fortes chuvas que já causavam inundações, segundo fontes oficiais. Até o momento, mortes não foram registradas.

O olho de Eta entrou pela costa de Bilwi, a principal cidade do Caribe Norte da Nicarágua com categoria 4 na escala Saffir-Simpson de 5, disse o diretor de Meteorologia do Instituto Nicaraguense de Estudos Territoriais (Ineter), Marcio Baca, em coletiva de imprensa. “A beira do olho da tempestade está começando a chegar à terra firme, com ventos de 230 km/h” disse Baca.

O furacão, que evoluiu rapidamente na segunda-feira nas águas quentes do Caribe, destruiu os telhados de casas na região empobrecida, onde a população de origem indígena e afrodescendente já vinha sofrendo os efeitos furiosos do ciclone há 10 horas.

“Passamos a noite toda com fortes rajadas de vento, acompanhadas de chuva”, disse à AFP o diretor da Radio Caribe Kenny Lisby, acrescentando que o Eta causou a queda de árvores e arrancou telhados de Bilwi. “Pode haver muita destruição”, alertou.

Kevin González, integrante das brigadas de voluntários que trabalham para mobilizar as pessoas, disse que na região norte do Caribe “as casas são totalmente vulneráveis, são velhas casas de madeira forradas com plástico”.

O governo da Nicarágua enviou para a zona um carregamento de 88 toneladas de alimentos, além de tripulações para atender emergências com linhas de transmissão, comunicações, infraestrutura e saúde. Dois aviões da Força Aérea transportaram militares e equipamentos médicos para atender à emergência.

Estragos

Cerca de 100.000 pessoas vivem em Bilwi e nas comunidades caribenhas adjacentes, a maioria indígenas espalhados em cidades que podem ser afetadas pelo furacão, como Tuapí, Krukira, Sandy Bay, Cabo Gracias a Dios, Prinzapolka, Wawabar, Karatá, Haulover, Wauhta , Kamwatla e Walpalsiksa. Na comunidade de Prinzapolka, os ventos de Eta sopraram as folhas de zinco das casas de madeira, informou o professor Miskito Kevin Lacwood à AFP. Segundo o governo, 6.000 famílias foram transferidas para casas seguras e milhares mais estavam em abrigos.

Tanto Nicarágua quanto Honduras decretaram um alerta vermelho antes da chegada do ciclone, que eles esperam que seja degradado a tempestade tropical nas próximas horas.

Em Honduras, uma menina morreu no desabamento de uma casa no bairro de El Carmen, no norte de San Pedro Sula, a segunda cidade do país, onde o Eta causou enchentes que obrigaram a evacuação de mais de 400 pessoas, segundo agências governamentais.

Fortes chuvas atingiram os portos caribenhos de La Ceiba e Tela, em Honduras, onde as autoridades evacuaram mais de cem pessoas e as transferiram para abrigos, já que um riacho e os rios Lean e La Masica subiram no departamento de Atlántida, segundo agências do Socorro.

Chuvas e ventos também atingiram o departamento de Gracias a Dios, no leste de Honduras, habitado por indígenas Misquitos.

“Tempestades, ventos catastróficos, inundações e deslizamentos de terra são esperados em partes da América Central”, disse ele. Da mesma forma, o NHC previu que “o centro de Eta se moverá para o interior sobre o norte da Nicarágua até a manhã de quarta-feira e depois se moverá por setores do centro de Honduras na manhã de quinta-feira”.

Fonte: IstoÉ
Créditos: Polêmica Paraíba