Volta do "exílio"

Evo Morales retorna à Bolívia um ano após ser forçado a renunciar

Em 10 de novembro de 2019, Evo renunciou à presidência, depois de ter sido pressionado pelos militares; ele voltou a pisar em terras bolivianas um dia depois da posse de Luis Arce como presidente

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, atravessou a fronteira da Argentina de volta a seu país nesta segunda-feira (9), véspera do dia que completa um ano de sua renúncia forçada. Evo foi recebido por uma multidão na cidade de Villazón. Ele voltou a pisar em terras bolivianas um dia depois da posse de Luis Arce, que foi seu ministro da Economia, como presidente.

Em 10 de novembro de 2019, Evo renunciou à presidência, depois de ter sido pressionado pelos militares. Ele enfrentava pressão por causa de sua reeleição, que foi contestada pela oposição e pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

Evo pretende fazer uma caravana com 800 carros que percorrerá mais de mil quilômetros do sul do país até a zona de produção de folhas de coca, em Cochabamba, onde iniciou sua carreira política.

Vida na Argentina

No dia seguinte a sua renúncia, Evo viajou para o México e, semanas depois, em dezembro, refugiou-se na Argentina. No domingo (8), Evo foi para a cidade de La Quiaca, na província argentina de Jujuy, na fronteira com a Bolívia.

Antes de deixar o país, ele e o presidente Alberto Fernández se encontraram em um jantar.

Trajetória de Evo

Foi no Trópico de Cochabamba que Evo despontou como líder dos “cocaleros” (produtores da folha de coca), na década de 1980. Nessas áreas rurais, há muitos grafites com a frase “Volte Evo” nas fachadas das casas de tijolos.

A Bolívia é um dos países da América Latina com a maior população indígena, correspondente a 41% de seus 11,5 milhões de habitantes. Destes, 34,6% vivem na pobreza, e 12,9%, na pobreza extrema.

Com uma piora econômica gerada, em parte, pela pandemia de coronavírus, muitos querem que se repita o “milagre econômico” da gestão de Morales, quando Arce era ministro da Economia: alto crescimento e redução da pobreza (de 60% para 37,2%).

 

Fonte: G1
Créditos: Polêmica Paraíba