Justiça

Após condenação, Carla Zambelli é procurada pela polícia italiana

Após condenação, Carla Zambelli é procurada pela polícia italiana

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está foragida na Itália após ter sido condenada a 10 anos de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A parlamentar foi considerada culpada por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em conluio com o hacker Valter Delgatti, para inserir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Nos primeiros dias após a fuga, Zambelli concedeu entrevistas a veículos alinhados ao bolsonarismo. No entanto, seu paradeiro passou a ser desconhecido depois que seu nome foi incluído na lista de procurados da Interpol. A Justiça italiana já homologou o pedido de prisão emitido pela organização internacional, o que permitiu à polícia do país iniciar diligências para localizá-la.

Em entrevista ao portal G1, o embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, afirmou que a situação da deputada é delicada e que ela pode ser presa a qualquer momento. “As autoridades italianas foram até um suposto esconderijo em Roma. Não se sabe se ela alugou, mas não usou o apartamento. Há indícios, e os policiais estão atrás deles. A polícia italiana está numa fase de investigação para saber como ela tem circulado aqui na Itália”, explicou Mosca.

Além de Roma, a região de Nápoles também está sendo considerada como possível esconderijo da parlamentar. Mesmo com a autorização judicial para prendê-la, a polícia italiana enfrenta limitações legais. “Eles monitoram a foragida, mas não se pode entrar numa casa ou mesmo num hotel sem autorização judicial”, acrescentou o embaixador.

Caso seja capturada, Zambelli terá direito à defesa no processo de extradição. Se a Justiça italiana entender que a parlamentar foi condenada por crime comum, o caminho estará aberto para que ela seja deportada ao Brasil para cumprir pena.

Renato Mosca demonstrou otimismo quanto ao andamento do caso. “Estamos bastante confiantes de que o governo italiano acolherá o nosso pedido de extradição, baseado também na cooperação que os países têm de excelente nível. Nós extraditamos, recentemente, dois importantes mafiosos para a Itália, Vincenzo Pasquino e Rocco Morabito. Então, existe aí um trabalho precedente muito consistente”, concluiu.