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VISIBILIDADE: Charlie Martin será a primeira competidora trans corrida de Le Mans

Martin fez a mudança de transição de gênero em 2012. Ela passou por vários procedimentos importantes, bem como terapia, e documentou sua jornada em um canal no YouTube.

As 24 Horas de Le Mans, na França, uma das tradicionais corridas de endurance do mundo, tem a primeira competidora trans. Charlie Christina Martin, de 37 anos, vai estar nas pistas neste fim de semana, mais precisamente neste sábado, dia 15, onde ela competirá na corrida Road to Le Mans, como parte da Copa Michelin Le Mans, marcando o início de um programa de três anos que a coloca no caminho da corrida das 24 Horas e no sentido de fazer história para LGBT.

Sua história é rara em um esporte que não é conhecido por sua diversidade, e acontece em um momento em que muitas pessoas transgênero estão enfrentando uma revolta crescente por sua participação em diferentes modalidades esportivas. Charlie sempre teve o sonho de competir nas 24 Horas de Le Mans. Mas se corresse, seria como mulher.

– Na época, eu nem estava competindo – explicou Martin à “CNN Sport” –Mas se você pudesse ter me concedido qualquer desejo – além de mudar meu gênero, que sempre foi a resposta padrão – teria sido correr em Le Mans. Eu disse para mim mesmo lá e então é isso.

Com medo das consequências

Martin fez a mudança de transição de gênero em 2012. Ela passou por vários procedimentos importantes, bem como terapia, e documentou sua jornada em um canal no YouTube.

“Quase todas as fibras do meu corpo me disseram que era a coisa que eu precisava fazer. Mas eu sempre disse para mim mesma que nunca teria coragem de fazê-lo. Estou com muito medo das consequências. Estou com muito medo de contar a todos em minha vida e como eles podem reagir e me tratar”, contou a piloto.

Quando ela fez a transição, no entanto, Martin deu as costas às corridas porque achava que não seria bem-vinda como motorista transgênero. Ela estava competindo no Reino Unido em corridas de subida – onde os motoristas vão contra o relógio em percursos de subida – ajustando-a em torno de seu trabalho diário no negócio de engenharia da família.

“Eu saí do automobilismo. Eu simplesmente não conseguia ver como isso seria aceito. Quando eu estava no primeiro ano de transição no Reino Unido, as pessoas eram bastante distantes. Mas acho que era porque todo mundo me conhecia e… as corridas de subida na no Reino Unido é uma coisa da geração um pouco mais velha. Então isso pareceu bastante. Eu não sei. Desafio é provavelmente a melhor maneira de descrevê-lo”, contou ao canal “CNN”.

Fonte: Extra
Créditos: Extra