Campeonato Brasileiro

Por que nenhum time consegue assumir o posto de favorito do Beasil?

Depois de passar um tempo no topo da tabela do Campeonato Brasileiro, o São Paulo caiu de produção e cedeu lugar ao Internacional, que passou então a ser apontado como principal favorito ao título da competição nacional.

Depois de passar um tempo no topo da tabela do Campeonato Brasileiro, o São Paulo caiu de produção e cedeu lugar ao Internacional, que passou então a ser apontado como principal favorito ao título da competição nacional.

O Inter de Abel Braga, porém, tropeçou nas duas últimas rodadas: empate com o Athletico Paranaense e derrota em casa para o Sport, por 2 a 1. Quem gostou dos resultados foi o Flamengo, que vem de três vitórias em quatro jogos e, com isso, voltou forte à briga pela taça.

Com apenas mais três rodadas pela frente no Brasileirão, o líder Inter soma 66 pontos, contra 65 do Flamengo. Atlético-MG (61) e São Paulo (59), o segundo com um jogo a menos, ainda sonham com o título, que tem tudo para ser definido somente na última rodada.

Diante deste cenário ao longo da competição, especialmente nas últimas rodadas, fizemos a seguinte pergunta aos colunistas do UOL EsportePor que nenhum time consegue assumir o posto de favorito do Brasileirão? Confira as respostas:

Há o componente emocional, da responsabilidade de ser protagonista que intimida a maioria das equipes. Há o enfraquecimento do fator surpresa, já que o time é dissecado pelos adversários. Também o estratégico, porque muitas vezes a equipe chega ao topo com proposta mais reativa e o favoritismo obriga a atacar. Por fim, a ausência do impacto do fator casa pela ausência da torcida também conta bastante nessa equação.ANDRÉ ROCHA

A verdade é que nenhum time disparou porque a maratona com a pandemia tirou tudo da rotina e fez com que eliminações tivessem menos tempo de recuperação no aspecto psicológico. Somado a isso, dos quatro times que brigam pela ponta, três estão em uma fila considerável, o que joga ainda mais pressão para cima dos jogadores.

DANILO LAVIERI

Quem disse isso? O Flamengo era o favorito no começo do campeonato, deixou de ser e agora, no fim, voltou a ser. Porque, em regra, em campeonatos de pontos corridos, o melhor vence. A inconstância deste Covidão-20 se dá exatamente por causa da pandemia.

JUCA KFOURI

Não podemos desprezar que o calendário dessa temporada foi complicado por causa da pandemia. Clubes jogando muitas partidas em sequência, outros atuando com muitos dias entre os jogos, isso faz diferença em um torneio que, normalmente, já é equilibrado e com times alternando bons e maus momentos.

MARCEL RIZZO

O posto de favorito sempre foi do Flamengo. Tem o melhor grupo de jogadores. Como o Flamengo não conseguiu exercer seu favoritismo e se igualou aos outros, tivemos esse “campeonato que ninguém quer ganhar”. Com o fim da surpresa São Paulo, com a falta de decisão do Galo e o vacilo do Inter, o favoritismo volta ao Flamengo.

MENON

Primeiro porque os times são muito nivelados por baixo ou superestimados. A impressão que dá é que “ninguém quer ganhar o campeonato”. Só que ontem nasceu o campeão. É o Flamengo. Mas ressalvo que já proclamei como campeões o São Paulo, o Atlético-MG e o Internacional. Quanto ao Colorado, ontem ele teve uma derrota mil vezes mais doída do que qualquer revés em Gre-Nal.

MILTON NEVES

Disputas acirradas pelo título brasileiro são frequentes. É um campeonato difícil por conta do equilíbrio entre as equipes, da longa duração da disputa e dos estragos que as janelas de transferências costumam fazer nos times. O calendário apertado pela pandemia dobrou os obstáculos. Nesse cenário, eu ficaria surpreso se algum time tivesse disparado na liderança.

PERRONE

O Brasileirão da pandemia não conseguiu forjar nenhum grande time. Nem mesmo aquele que nele entrou como um timaço campeão de praticamente tudo em 2019 e início de 2020. A longa parada, os casos de Covid e um calendário alucinado não permitiram que equipe alguma se firmasse. E a má notícia é que os problemas se repetirão em 2021, com a continuação da pandemia, eliminatórias, Copa América etc.

RENATO MAURÍCIO PRADO

Por conta da pandemia, esse campeonato está bem atípico. Com tantos jogos seguidos e desfalques por conta do coronavírus, os clubes não conseguem manter a regularidade. Mas o fator emocional tem pesado bastante nessa reta final. Mesmo após boas vitórias, os clubes parecem sentir demais o peso de uma derrota. Técnicos são tratados como gênios e burros de uma rodada para outra. E com os jogadores vem acontecendo o mesmo. Atlético-MG, Inter e São Paulo parecem ter sentido o peso da fila de títulos nas costas. Todos conseguiram chegar ao topo, mas não souberam se manter por lá.

RODOLFO RODRIGUES

Creio que em primeiro lugar é preciso considerar o caráter único de uma temporada totalmente atípica. Enchendo as equipes de desfalques em momentos importantes, gerando ainda mais desgaste pelo insano calendário, e prejudicando a evolução tática e técnicas das equipes pelo pouco tempo de treinamento. Acredito que isso influencia demais para que os times se concretizem fortes de fato. Sem contar as mudanças de treinador, que atingiu a quase todos os clubes nesta temporada, e o próprio trabalho insuficiente feito por eles. Tudo isso sem soma ao fator psicológico. Jogar como centro das atenções mexe com a estabilidade emocional também.

RODRIGO COUTINHO

Brasileiro-2020 tem a pior pontuação de um líder nos últimos nove anos nesta rodada. Isso significa que todos os times ponteiros tropeçam mais do que nos outros anos. Os times que se propõe a jogar São Paulo, Atlético-MG e Flamengo tiveram dificuldade de manter regularidade ofensiva diante de times fechados, sintoma da pandemia e seu calendário diferente. Já o Inter está até além do que pode produzir de fato com seu jogo reativo.

RODRIGO MATTOS

 

Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba