Reconhecimento

ORGULHO: Paraibana Edinanci Silva é eternizada no Hall da Fama do COB

Símbolo de resistência, superação e pioneirismo no esporte, Edinanci Silva voltou a ser celebrada como merece. Em uma cerimônia emocionante

Foto: Alexandre Loureiro / COB
Foto: Alexandre Loureiro / COB

Símbolo de resistência, superação e pioneirismo no esporte, Edinanci Silva voltou a ser celebrada como merece. Em uma cerimônia emocionante realizada na noite desta terça-feira (13), no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, a judoca foi oficialmente eternizada no Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Ao lado de outros grandes nomes do esporte nacional, como Daiane dos Santos, Gustavo Kuerten e Afrânio Costa (in memoriam), Edinanci recebeu a homenagem cercada de simbolismos e emoção, sendo ovacionada de pé pelo público presente.

Os quatro novos integrantes foram escolhidos em 2024, após aprovação em Comissão Avaliadora.

Aos 48 anos, Edinanci se tornou a primeira mulher do judô brasileiro a integrar a seleta galeria do Hall da Fama, que já contava com lendas como Chiaki Ishii, Aurélio Miguel, Rogério Sampaio e Walter Carmona.

A escolha da campeã olímpica Beatriz Souza para conduzir a homenagem e a entrega da placa com o molde de suas mãos por Emanuel Rêgo, diretor-geral do COB, tornaram o momento ainda mais marcante.

“É uma felicidade enorme estar aqui, porque é muita luta, muita entrega para a gente chegar numa competição de quatro em quatro anos, entrar no tatame e fazer quatro minutos de luta, muitas vezes vira apenas 30 segundos, as vezes 15 segundos. Foi muita batalha e eu só tenho a agradecer: ao COB por acreditar todas as vezes que eu estive lá representando o país, a CBJ também, que acreditou no meu sonho, e a todos os técnicos que participaram da minha carreira, em especial a tia Rose (Rosicleia Campos) que está aqui. Muito obrigado por permitir que mais uma história de uma nordestina possa acompanhar a história olímpica do país”, disse.

Edinanci marcou sua carreira não apenas pelas conquistas nos tatames — como duas medalhas de bronze em Campeonatos Mundiais (Paris 1997 e Osaka 2003), dois ouros em Jogos Pan-Americanos (Santo Domingo 2003 e Rio 2007) e quatro participações olímpicas (Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008, terminando em 5º lugar), mas por sua luta fora deles.

Mulher, negra, nordestina e intersexo, rompeu tabus e enfrentou preconceitos para se tornar símbolo de coragem e representatividade no esporte brasileiro.

Natural de Sousa, no sertão paraibano, Edinanci encontrou no judô não apenas um esporte, mas uma ferramenta de transformação de vida. Desafiou limitações sociais, preconceitos de gênero e estigmas ligados à sua condição de intersexo. Ao fazer isso, pavimentou o caminho para uma nova geração de atletas brasileiras que hoje brilham nos tatames mundiais.

Fonte: CBJ
Créditos: Polêmica Paraíba