FIFA

Jornal alemão revela esquema de propina na Copa de 2022

No ano seguinte, aconteceu a explosão do Fifagate, que prendeu altos dirigentes dias antes da eleição presidencial da entidade em Zurique, na Suíça.

O diário alemão Bild revelou nesta terça-feira que teve acesso ao denomiado “informe García”, que a Fifa rechaçou tornar público integralmente, com informações comprometedoras relacionadas à concessão da Copa do Mundo de 2022 ao Catar como estranhas transferências de dinheiro ou viagens em aviões particulares.

O documento, de 430 páginas, conta por exemplo que três membros executivos com direito a voto voaram em um avião privado da federação do Catar a uma festa no Rio de Janeiro com todos os gastos pagos antes da eleição na qual o país foi eleito para organizar a principal competição do futebol mundial.

Pouco depois da votação, acrescenta o informe, um antigo membro do comitê executivo felicita por e-mail os funcionários cataris pela concessão do campeonato e lhes repassa uma transferência “de várias centenas de milhares de euros”, sem esclarecer o destino.

O documento também relata como US$ 2 milhões de origem desconhecida chegaram a uma conta-poupança da filha de dez anos de um funcionário da Fifa ou como a mais estreita colaborada do então presidente do órgão, Joseph Blatter, fez campanha abertamente no Catar para que se concedesse um contrato à construtora do seu marido.

De acordo com o Bild, na história da concessão do Mundial ao Catar tem um papel-chave a Aspire Academy, o maior centro esportivo do mundo e que, alegadamente, participou na captação de dirigentes com direito a voto.

O informe foi feito por Michael J. García, ex-promotor norte-americano que presidiu a câmara de instrução do Comitê de Ética da Fifa e investigou as eleições das Copas do Mundo de 2018 e 2022, realizadas simultaneamente em dezembro de 2010 e vencidas respectivamente por Rússia e Catar.

O órgão de decisão do Comitê de Ética da Fifa concluiu que não houve irregularidades nos processos das candidaturas a 2018 e 2022 e deixou nas mãos do órgão de instrução a possibilidade de iniciar procedimentos individuais.

Além disso, alegou o princípio de confidencialidade para não tornar pública a íntegra do informe, que teve apenas 42 páginas reveladas. Michael J. García se demitiu em dezembro de 2014 após seu recurso contra o fim da investigação ser negado.

No ano seguinte, aconteceu a explosão do Fifagate, que prendeu altos dirigentes dias antes da eleição presidencial da entidade em Zurique, na Suíça.

Fonte: ESPN