Negociação

"Jogo da vida": como PSG x RB Leipzig pode influenciar o futuro de Neymar

O clube francês está hoje fora da zona de classificação às oitavas de final, restando três jogos para o encerramento da fase de grupos. Os líderes do Grupo H são Manchester United e Leipzig, com seis pontos cada. O PSG divide a terceira colocação com o Basaksehir, com três pontos. É uma situação que devolve a negociação com Neymar à mesa, muito antes do que a diretoria chefiada por Leonardo esperava.

Por que não renova?
Neymar não aceita uma renovação imediata com o PSG, com receio de arrependimento. O clube francês tem fama de “prisão de ouro” no mercado, fazendo jogo duro, com a tendência de segurar os jogadores até o fim do contrato. O camisa 10 já viveu essa experiência em 2019, aliás, quando ocorreu o flerte para regressar ao Barcelona. Se essa postura do clube for mantida, a confiança do entorno do brasileiro é de que, aos 30 anos em junho de 2022, receberá propostas de milionárias de vários clubes de ponta.

Após período turbulento nos bastidores com Neymar, o PSG já esteve perto da renovação desejada. Na cidade de Lisboa, palco das finais da Liga dos Campeões da temporada passada, o presidente do clube, Nasser Al-Khelaif, teve jantares com o Neymar da Silva Santos, pai e empresário do camisa 10, em que a ampliação do vínculo até 2024 foi discutida. O jogador, no entanto, ainda prefere esperar.

No PSG, Neymar planejou ser o melhor jogador do mundo conquistando a inédita Liga dos Campeões ao clube. Ser eliminado na fase de grupos deixaria o objetivo inviável em seu quarto ano de contrato. Pior: um revés desse tamanho passaria ainda uma sensação de final de temporada já em novembro, seis meses antecipado. O Campeonato Francês é conquista simples, e a disputa na Liga Europa não serve para abrilhantar a carreira de um craque com o status do brasileiro.

Pacientemente, o PSG evita pressionar Neymar pela renovação, mas confia no sucesso dentro de campo do time. A estratégia adotada é a de aproveitar o bom ambiente no vestiário e a confiança do brasileiro, e, enquanto isso, encorpar o caixa para bonificações e um aumento tanto para ele como para Mbappé, que tem vínculo com a mesma data de vencimento. Por conta disso, Thiago Silva e Cavani, que tinham o terceiro e quarto maiores salários do clube, foram descartados.

Ao deixar Lisboa com a derrota na final para o Bayern de Munique, o PSG imaginava ali ter encontrado o caminho para o sucesso. Um risco de eliminação na fase de grupos na edição seguinte da Liga era algo impensável, mas virou uma possibilidade após duas derrotas por 2 a 1 para o Manchester United e Leipzig.

Neymar no sacrifício
Recuperado de lesão na coxa esquerda, Neymar teve somente 30 minutos em campo na derrota para o Monaco. O jogo foi usado como uma tentativa da comissão técnica para dar ao brasileiro, ao menos, um pouco de ritmo de jogo, já visando o confronto decisivo contra o Leipzig.

“Ele não está na melhor capacidade possível, isso é claro. Eu espero que não seja cedo para ele voltar a jogar um jogo com essa intensidade, pois precisamos dele. É nosso jogador chave”, disse o treinador do PSG, Thomas Tuchel, à véspera da partida contra o Leipzig.

Para ter Neymar contra o Leipzig, o PSG ficou satisfeito com o corte do atacante da seleção brasileiro há dez dias. O camisa 10 foi ausência nas vitórias por 1 a 0 contra Venezuela e 2 a 0 diante do Uruguai, pelas Eliminatórias Sul-Americanas à Copa de 2022, e ainda ganhou moral no clube por retornar a Paris no final de semana para finalizar o tratamento da lesão.

Antes de encarar o Monaco, o camisa 10 fez apenas um treinamento coletivo com o time e contou com liberação médica para jogar apenas na véspera da partida.

Atuar os 90 minutos contra o Leipzig passou a ser o foco de Neymar desde que o time perdeu o confronto na Alemanha por 2 a 1, no dia 4 deste mês. Na partida, ele e Mbappé estiveram ausente por conta de lesões. Nesta terça-feira, o “jogo da vida” do brasileiro ainda não será com a força máxima do PSG por conta da ausência de Icardi (machucado). No entanto, uma mudança tática para tornar o time mais ofensivo deverá ser realizada.

“Precisamos nos doar ao máximo. Tem uma possibilidade ter quatro [jogadores] na frente [Kean ou Icardi, Mbappe, Neymar, Di Maria]. Quero mais coragem para marcar do que medo de sofrer gols”, destacou Tuchel.

Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba