B de Belo

É HOJE: Botafogo pode voltar à Série B após 30 anos; torcedor que nunca viu conta expectativa e relembra histórias: "Não tem como pensar em outra coisa"

Belo só depende de si para retornar à Série B, competição que disputou pela última vez em 1989

Nos gramados paraibanos a história registra momentos que entraram para história do futebol do estado. Mas neste domingo, os olhos do futebol paraibanos não estão no Almeidão, nem mesmo no Amigão. Todos estão voltados à Itu, cidade com pouco mais de 175 mil habitantes, na região de Sorocaba. Na semana passada, o Ituano comemorou, longe de casa, o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. Algo que o Botafogo-PB quer fazer e poder comemorar também em Itu. O Belo só depende de si para retornar à Série B, competição que disputou pela última vez em 1989.

O Botafogo tem 8 pontos após 5 partidas disputadas, está dois à frente do Criciúma, rival direto na briga pelo acesso. E, na semana do jogo, a expectativa da torcida do Belo pode ser retratada nas palavras de Davi de Assis. “A expectativa tá a mil, não poderia ser diferente né, não consigo pensar em outra coisa que não o jogo, muito embora eu esteja procurando ser, ao mesmo tempo confiante e desconfiado, não tem como não pensar no jogo, não tem como pensar em outra coisa na realidade”, revela Davi.

Torcedor do Belo há 15 anos, sua história de vida pode ser contada a partir de momentos marcantes da história do clube. E a relação familiar com seu pai é o símbolo da trajetória de Davi e o Botafogo. “Minha relação com o Botafogo é uma coisa difícil de descrever. O Botafogo foi um elo muito forte na minha relação com meu pai. Muitas vezes, meu pai estava de plantão, tinha as obrigações de trabalho dele, e o único momento do dia que ele conseguia parar o plantão, e eu conseguia durante os dias em que ele estava de plantão, ter contato com ele era nos jogos do Botafogo”.

“Foi assim, por exemplo, no Dia dos Pais do ano em que ele faleceu, eu acordei ele já tinha saído para o plantão e o único momento do dia que eu vi meu pai foi justamente ali, às 4 horas da tarde quando eu fui para o Almeidão. Foi esse jogo o único momento do Dia dos Pais do ano que meu pai faleceu e que eu tive com ele”, conta Davi.

Para motivar o clube e a torcida, Davi relembrou momentos marcantes da história recente do clube. “Ao longo desses 15 anos de torcedor do Botafogo, a gente vive muito momentos marcantes. A sangue frio, o momento mais marcante foi a conquista do título brasileiro da Série D em 2013, Mas esse título foi o ápice. A gente teve muitas outras coisas antes”.

“Em 2010, a gente foi campeão da Copa Paraíba Sub-21, que valia uma vaga na Copa do Brasil. Vencemos com gol no último minuto, um gol irregular, no último minuto. Foi a primeira vez que eu vi o Botafogo ser campeão de qualquer coisa. Comecei a frequentar estádio em 2006, eram tempos de vacas muito magras e aí a gente empata com o CSP e fomos campeões aí pelo regulamento com esse gol no último minuto que valeu a classificação para Copa do Brasil”, contou.

Ele lembrou ainda a classificação na Copa do Brasil sobre o Vitória, vice-campeão à época, em 2011. Em 2013, a conquista do título paraibano, a chegada na Copa do Brasil de 2016 até as oitavas de final e o vice-campeonato da Copa do Nordeste em 2019.

E não é só pelos três pontos que o Botafogo joga em campo, mas também pelo humor da semana de muitos torcedores. “É até difícil definir essa relação. O Botafogo é aquela coisa que dita o ritmo da semana, se o Botafogo ganha, a semana vai bem, se o Botafogo perde, a semana não é tão boa, uma semana estressada, uma semana tensa. Então é uma relação realmente muito, muito forte, um vínculo muito forte que que eu tenho com o clube”, confessa Davi.

E para a semana ser tranquila e cheia de alegria, tudo começa hoje, às 17h. “Se nós vencermos o jogo, nós garantimos o acesso e a vaga na final, que é o objetivo. A gente quer primeiramente o acesso, mas se esse acesso vier coroado com o título de campeão brasileiro da Série C, assim como em 2013 veio coroado com o título de campeão brasileiro da Série D, é mais especial, então não tem como não pensar em outra coisa”.

Davi se refere a possibilidade do acesso vir mesmo sem vencer a partida. Se o Belo tropeçar, vai ter que torcer para que o Criciúma não vença o Paysandu, em Belém.

Torcedor presente nas arquibancadas do Almeidão e onde quer que o Botafogo jogue, desta vez Davi vai assistir a partida pela televisão. Aos 23 anos, ele ainda aguarda para receber a segunda dose da vacina, motivo pelo qual não tem segurança para viajar. Mas o coração vai estar em Itu: “Mandando minhas energias positivas e toda minha torcida”, ressalta.

Fonte: Samuel de Brito
Créditos: Polêmica Paraíba