Estádio da Colina

Dirigente do Botafogo-PB dá detalhes de confusão antes e após jogo em Manaus

Um grupo de torcedores do Manaus, que foi receber o ônibus do clube e incentivar seus jogadores antes do início da partida, aproveitou a ausência de policiamento para atacar o veículo que transportava a delegação do Belo

O empate em 0 a 0 entre Manaus e Botafogo-PB, no último domingo (12), na capital do Amazonas, ainda promete se estender por mais algum tempo. Com um ataque a delegação botafoguense na entrada do estádio e a confusão entre dirigentes das duas equipes no final da partida, o extracampo tem obtido mais espaço na repercussão do encontro.

Em entrevista concedida na noite de ontem (13), ao programa Microfone Aberto, da Rádio Tabajara, o diretor-executivo do clube, Francisco Sales, que participava da comitiva e foi um dos personagens da briga dentro do campo após o apito final, deu a sua versão sobre os fatos ocorridos no Estádio da Colina.

Um grupo de torcedores do Manaus, que foi receber o ônibus do clube e incentivar seus jogadores antes do início da partida, aproveitou a ausência de policiamento para atacar o veículo que transportava a delegação do Belo. O ocorrido já causou um grande mal estar, principalmente pela falta de ação dos dirigentes do Gavião e da federação amazonense.

– Fomos surpreendidos lá, negativamente, com a recepção mal educada. Eu não esperava isso, até porque eles foram muito bem tratados aqui na Paraíba, como tratamos todos aqueles que vem aqui, e não devemos mudar por conta de uma atitude isolada, de um povo que mostrou ser bastante mal educado. Foram coniventes a torcida, a diretoria e a Federação Amazonense, a qual não deu nenhum suporte à delegação do Botafogo-PB, aos paraibanos, nós que fomos lá fazer esse jogo, uma décima sexta rodada de Campeonato Brasileiro não poderia acontecer o que aconteceu – lamentou.

Em relação a não realização de uma escolta policial para conduzir a representação paraibana, Sales lembrou que em nenhuma das outras quinze rodadas disputadas até aqui foi necessário qualquer tipo de acompanhamento policial, pelo fato de que não é permitida a presença de torcedores nos estádios. O dirigente ainda questionou a presença de torcedores nas arquibancadas, da ausência de credenciamento e de uma área reservada para a diretoria visitante.

Já em relação a acusação do diretor manauara, Giovanni Miranda, de que membros da diretoria do Belo teriam durante toda a partida provocado e que, ao final, já dentro do campo, tanto Francisco Sales, quanto Guilherme Novinho, teriam xingado os donos da casa, o que teria provocado toda a confusão no gramado, ele negou, lembrando que seria maluquice isso, uma vez que estavam em minoria e que “não seria louco de fazer isso”. Sales ainda fez acusações de que o diretor do Manaus teria sido um dos pivôs do ataque ao ônibus botafoguense.

– Quando o arbitro relatou que estávamos dentro do gramado, foi porque quando acabou o jogo, normalmente tem o pessoal que faz o controle do acesso ao gramado até a saída da arbitragem e lá não tinha isso, lá não tinha sequer credenciamento, quanto mais uma pessoa responsável para fazer esse controle. Quando descemos, um rapaz, não vou recordar o nome dele, nos provocou, eu não estava ao lado, quando vi, ele empurrou o Guilherme Novinho, talvez ele guardou alguma coisa do início, porque reclamamos de forma efusiva, tudo aquilo que passamos, e ele estava lá, presenciou tudo e achou normal, eu acho até que ele pode ter sido um das pessoas que incentivou a torcida a fazer aquilo com nossa delegação – disparou.

O dirigente também informou que, através do departamento jurídico, iniciou a preparação de uma reclamação formal à CBF contra os responsáveis da diretoria do Manaus e da Federação Amazonense de Futebol, com vídeos que comprovam, inclusive, uma tentativa de invasão do vestiário botafoguense por torcedores rivais.

– Isso não pode ficar impune, até porque a impunidade vai dar a entender que isso pode ser repetido, e não deve ser repetido, não só com o Botafogo-PB, como com qualquer outro clube que esteja participando, porque se eles não forem advertidos e punidos, contra o Ferroviário, na próxima rodada, eles vão fazer a mesma coisa, essa barbárie, até o momento que vai quebrar um vidro do ônibus, vai ferir gravemente algum atleta, aí sim vai abrir os olhos para tomar uma atitude mais severa, e não pode deixar acontecer, tem que tomar agora para que não possa se repetir a barbárie que aconteceu em Manaus na tarde de domingo – protestou.

Por fim, Francisco Sales ainda relatou que no momento em que a delegação iria se retirar do vestiário, em direção ao ônibus, membros de uma torcida organizada do Manaus, que estavam nas dependências do estádio, tentaram partir pra cima do elenco, mas foram impedidos por um policial do choque que estava no local.

Fonte: Voz da Torcida
Créditos: Voz da Torcida