"a limpeza"

Dirigente do Atlético-PB diz que corrupção no futebol paraibano afastou os sertanejos das finais

Presidente do Conselho Deliberativo do Trovão Azul, Arlan Rodrigues acredita que, com o banimento de alguns dirigentes e árbitros, vítimas da Operação Cartola, esse cenário vai mudar

A “limpeza” realizada no futebol paraibano a partir da Operação Cartola, que provocou o banimento de dirigentes e árbitros acusados de corrupção e manipulação de resultados, pode acabar beneficiando os clubes sertanejos. Isso é o que pensa Arlan Rodrigues, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético de Cajazeiras. Segundo o dirigente atleticano, a “falta de isonomia dos árbitros” foi um dos motivos de os time do Sertão não frequentarem as finais do Campeonato Paraibano nos últimos anos.

A declaração de Arlan foi dada em entrevista à Rádio CBN de Campina Grande nesta semana. Ele abordou o tema ao ser questionado sobre quais seriam os motivos de as equipes do Sertão não protagonizarem as disputas por títulos nas últimas temporadas, ficando abaixo do Trio de Ferro – Botafogo-PB, Campinense e Treze.

A última vez que um clube sertanejo esteve na final do estadual foi em 2012, quando o Sousa perdeu a disputa para o Campinense. Título comemorado por equipe do Sertão também faz tempo, e foi com o próprio Dinossauro, em 2009.

Dois anos antes, porém, Nacional de Patos e Atlético de Cajazeiras decidiram o certame, com o Canário levando a melhor diante do Trovão Azul.

Nas últimas nove edições do Campeonato Paraibano, o Trio de Ferro acabou levando a melhor, com o Belo conquistando quatro taças (2013, 2014, 2017 e 2018), a Raposa ganhando três títulos (2012, 2015, 2016) e o Galo sendo campeão duas vezes (2010 e 2011).

Para Arlan Rodrigues, a razão de ser dessa hegemonia dos grandes é o que ele chama de “falta de isonomia da arbitragem paraibana”.

– Como se não bastasse a dificuldade que nós, dirigentes dos outros clubes, temos para montar um elenco e manter uma estrutura que possa oferecer condições para o time competir bem, a arbitragem quase sempre não ajuda. A Operação Cartola mostrou muita coisa. Falta isonomia aos árbitros e todo mundo viu quem são os beneficiados e prejudicados. É por isso que faz tempo que um clube do Sertão chegou na final – comentou o dirigente atleticano.

Arlan, que foi candidato a vice-presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF) na chapa derrotada, encabeçada pelo advogado Eduardo Araújo, nessa última eleição, disse acreditar que a gestão da presidente Michele Ramalho, vencedora do pleito, conduza de uma maneira melhor o futebol estadual.

– Nós temos esperança que a partir de agora possamos viver um novo tempo, com o futebol paraibano voltando a não ter máculas ou dúvidas em relação ao seu funcionamento – pontuou.

Em 2019, o Atlético de Cajazeiras terá Ederson Araújo novamente como técnico. Ele já iniciou, em São Paulo, a pré-temporada da equipe, que seguirá na Paraíba a partir do dia 12 de dezembro.

Fonte: GE PB
Créditos: GE PB