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COI cita o Brasil ao dizer que Olimpíada pode não ocorrer mesmo com vacina

John Coates afirma que nem todos os países estão lidando com o coronavírus como o seu, a Austrália, e ressalta: "Ontem foram 10 mil novos casos no Brasil"

Vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) e presidente do Comitê Olímpico Australiano (AOC), John Coates afirmou que é possível que as Olimpíadas não sejam realizadas em julho de 2021 mesmo com o desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus. A informação foi veiculada pelo jornal “The Australian” nesta quinta-feira. Chefe da Comissão de Coordenação da entidade, ele afirmou que outubro será um mês crítico para entender se Tóquio poderá receber o megavento no ano que vem.

Coates relatou que os organizadores das Olimpíadas estão enfrentando “problemas reais” devido ao número de pessoas de múltiplos locais que vão seguir para Tóquio para as competições. Muitos desses países ainda estão vendo o crescimento da pandemia e tendo gravíssimos problemas na saúde pública. Um dos citados por ele é o Brasil, que tem mais de 310 mil casos confirmados e mais de 20 mil mortes.

– Ontem, foram 10 mil novos casos no Brasil. Pouquíssimos países estão avançados como nós (australianos) na ação contra isso – disse Coates sobre a Austrália, que é um dos locais com mais sucesso no controle da proliferação do coronavírus.

Os comentários de Coates foram proferidos durante uma mesa-redonda da News Corp Media, envolvendo vários executivos dos esportes australianos.

– Os Jogos só podem acontecer em 2021, não podemos adiar de novo e precisamos assumir que não haverá uma vacina e, se houver, ela pode não ser suficiente para compartilhar por todo o mundo – lamentou.

Ministra Olímpica do Japão, Seiko Hashimoto ressaltou, entretanto, que não houve qualquer discussão entre o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o presidente do COI, Thomas Bach, sobre o cancelamento dos Jogos se eles não puderem ser realizados em julho do ano que vem. A fala dela aconteceu em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira depois de uma reportagem da rede britânica BBC onde foi veiculado que Abe teria ligado Bach e chamado 2021 como “última opção” para as Olimpíadas.

– Não houve conversa sobre cancelamento. O chefe do COI reiterou seu forte compromisso com o sucesso dos Jogos de Tóquio – frisou ela.

Bach, contudo, já afirmou que não há plano B. As Olimpíadas de Tóquio seriam originalmente no dia 24 de julho deste ano e foram adiadas para 23 de julho de 2021 no mês de março, depois que vários países começaram a desistir de mandar suas equipes devido ao temor pelo coronavírus.

Fonte: GE
Créditos: GE