Fazendo história

Brasil faz em Lima melhor campanha de um país na história dos Parapans

O Brasil conquistou em Lima não somente a sua melhor campanha em Jogos Parapan-Americanos, como também o desempenho mais expressivo de um país na história do evento continental, disputado oficialmente desde 1999. O feito foi concretizado neste domingo, no último dia de competições.

Os brasileiros encerraram na liderança geral pela quarta vez seguida. A conta fechou com 308 medalhas, sendo 124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Os Estados Unidos ficaram em segundo, com 183 (58 ouros, 62 pratas e 63 bronzes). O México foi o terceiro, com 158 (55 ouros, 58 pratas e 45 bronzes).

Até então, os mexicanos tinham o melhor rendimento na história, graças à campanha feita na Cidade do México, na primeira edição dos Jogos com o formato atual. Na ocasião, os anfitriões foram ao pódio 307 vezes, com 121 ouros, 105 pratas e 81 bronzes. Antes disso, havia eventos separados para diferentes tipos de deficiência.

O recorde de ouros foi batido na bocha, na classe BC3, com Evelyn Oliveira, Mateus Carvalho e Antônio Leme. O Brasil bateu o Canadá por 4 a 3 e chegou naquele momento a 122 medalhas douradas. A modalidade fechou a participação com sete pódios: três ouros, três pratas e um bronze. Em seguida, veio o recorde em total de pódios, no ciclismo de estrada, com o título de Lauro Chaman na prova de resistência C4-5. Ele completou os 80km em 2h17m43.

O resultado final ficou acima das expectativas do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). A hegemonia verde e amarela teve início no Rio de Janeiro, em 2007, e manteve-se em Guadalajara-2011, Toronto-2015 e agora, na capital peruana. A entidade já começa a pensar nos próximos desafios, em especial os Jogos de Tóquio-2020. O próximo Parapan acontecerá em Santiago, no Chile, em 2023. Daqui a uma semana, começa o Mundial de natação paralímpica, em Londres.

– Foi um ótimo termômetro para avaliarmos o caminho que nós estamos trilhando, se temos de fazer uma revisão ao nosso planejamento, que é para dois ciclos, de Tóquio e Paris. Tínhamos uma expectativa aproximada e ela foi superada. A meta interna nossa era melhorar Toronto em todos quesitos. Desde a delegação, número de atletas em finais, número de atletas jovens em finais, número de mulheres, número de classes baixas, porque isso faz parte do nosso planejamento de renovação e também do cenário internacional – afirmou Alberto Martins, diretor técnico do CPB e chefe de missão do Brasil.

O dirigente destacou a evolução da natação e do halterofilismo, que obtiveram número de medalhas acima do previsto. Não escondeu a frustração com alguns esportes, que deixaram escapar a classificação para Tóquio, mas evitou falar em decepção.

– Com relação a decepcionar, não houve nenhum aspecto. Sabíamos das dificuldades do rúgbi em cadeira de rodas. Tínhamos bastante expectativa de que pudéssemos superar isso, porque nós trabalhamos com conquista de vagas para Tóquio. Então, quando você vê uma equipe que sai, a princípio, dessa disputa para a vaga, lógico que entristece. A mesma coisa com o basquete em cadeira de rodas, tanto o feminino quanto o masculino que não conseguiram suas vagas – declarou Alberto.

Das 17 modalidades do Parapan, os brasileiros dominaram o quadro de medalhas em 11: atletismo, natação, bocha, halterofilismo, tênis de mesa, judô, badminton, taekwondo, goalball, além dos coletivos futebol de cinco (para cegos) e futebol de sete (paralisados cerebrais).

O destaque individual foi o nadador Phelipe Rodrigues, o brasileiro que mais vezes foi ao topo do pódio: sete ouros, além de um bronze, em oito provas.

O domingo ainda teve o ouro de Vitor Tavares no badminton. O brasileiro venceu o americano Miles Krajewski por 2 sets a 1, com parciais de 21-18, 18-21 e 21-14, e ficou com o primeiro lugar na classe SS6.

No ciclismo de estrada, Márcia Fanhani e a piloto Cristiane Pereira conquistaram o quarto pódio em Lima. A dupla foi terceira colocada na prova de resistência de estrada, categoria B, atrás de duas duplas canadenses.

O DOMÍNIO DO BRASIL NO PARAPAN

Cidade do México-1999
2º lugar geral, com 91 ouros, 54 pratas e 34 bronzes. Total de 179

Mar del Plata-2003
2º lugar geral, com 81 ouros, 53 pratas e 31 bronzes. Total de 165

Rio de Janeiro-2007
1º lugar geral, com 83 ouros, 68 pratas e 77 bronzes. Total de 228

Guadalajara-2011
1º lugar geral, com 81 ouros, 61 pratas e 55 bronzes. Total de 197

Toronto-2015
1º lugar geral, com 109 ouros, 74 pratas e 74 bronzes. Total de 257

Lima-2018
1º lugar geral, com 124 ouros, 99 pratas e 85 bronzes. Total de 308

Fonte: Lance
Créditos: Polêmica Paraíba