Volta Por Cima

Após ver o pai ser assassinado por talibãs, afegã é a grande aposta do PSG para 2019

Na última quinta-feira (03), o Paris Saint-Germain anunciou a contratação da atacante de 31 anos Nadia Nadim. Vinda do Manchester City, o contrato da dinamarquesa vai até o final de 2019.

Na última quinta-feira (03), o Paris Saint-Germain anunciou a contratação da atacante de 31 anos Nadia Nadim. Vinda do Manchester City, o contrato da dinamarquesa vai até o final de 2019. Muito além do futebol, o que chama atenção em Nadia é sua vida fora das quatro linhas. Aos 9 anos, ela perdeu o pai, Rabena Khan, no Afeganistão.

Ele era general do Exército Nacional Afegão e foi morto por talibãs, em 2000. Com a perda, ela, sua mãe Hamida e suas quatro irmãs Giti, Diana, Muskan e Mujda tiveram que fugir do país com passaportes falsos.“Nós éramos seis mulheres solteiras. Não tínhamos esperança. Não havia escola e nem trabalho para nós. Não poderíamos nem atravessar a rua sem ter um homem ao nosso lado. Nossa vida estava caindo aos pedaços” – disse a atacante ao site da Fifa.

Assim, foram ao Paquistão e embarcaram para a Itália, em um caminhão, onde passaram dias sem comer e muita esperança em encontrar a família em Londres. Ao final da viagem, sem esperar, elas terminaram na cidade de Randers, na Dinamarca. A jornada as levou para diversos campos de refugiados.

Porém, ao lado do último deles, havia um clube de futebol. Nadia desde sempre foi apaixonada pela modalidade, mas as mulheres no Afeganistão eram proibidas a praticarem, sob pena de apedrejamento: “Às vezes brincávamos com meu pai no jardim. Mas não tínhamos permissão para praticar esportes. A maioria das casas no Afeganistão era protegida, ninguém podia nos ver brincando”, disse à revista Our Game Magazine.

Diante de seu talento, os clubes dinamarqueses começaram a se interessar por Madim e, em 2012, ela juntou-se ao Fortuna Hjørring. Há quatro anos, ela obteve cidadania dinamarquesa, que a permitiu ser a primeira estrangeira, entre homens e mulheres, a juntar-se à seleção do país.

Nos Estados Unidos, Nadia já passou pelo Sky Blue FC e também, pelo Portland Thorns, onde venceu a NWSL e finalizou a temporada na artilharia. Pela seleção, ela jogou a final da Euro 2017, mas a Dinamarca não conseguiu classificação para a Copa do Mundo da França e ficou com o vice-campeonato.

Além de jogadora de futebol, Nadia também estudou medicina com a intenção de se tornar cirurgiã. E mais que isso: ela fala nove línguas (dinamarquês, inglês, alemão, francês, persa, dari, urdu, hindi e árabe). No PSG ela atuará ao lado das brasileiras Daiane Santos e da veterana Formiga.

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Fonte: ESPN
Créditos: ESPN