aposentadoria

Após título no GP do Rizin, Mirko Cro Cop anuncia aposentadoria definitiva

Aos 43 anos de idade, lenda croata diz que não aguenta mais as dores no joelho, mas deixa aberta a possibilidade de uma luta de despedida no Japão se o corpo permitir

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Um dos maiores nomes do Vale Tudo e do MMA colocou um ponto final na sua carreira. Após conquistar o Grand Prix em peso aberto do Rizin, o croata Mirko Cro Cop anunciou, em entrevista à Nova TV, de Zagreb, que está se aposentando. Aos 43 anos de idade, o peso-pesado disse que já não suporta mais as dores no joelho, e garante que, agora, pretende se dedicar mais à vida social. O veterano, no entanto, não descarta uma luta de despedida no Japão.

– Esta foi, definitivamente, a minha última apresentação. Estou com problemas no meu joelho – rompi o ligamento, a cartilagem está destruída. Tenho ido ao médico uma vez por semana, para fazer punções. Nunca mais quero passar por este inferno. Dei o meu melhor em cada luta que fiz. Sei que já me aposentei uma vez e voltei, mas agora é pra valer. Me doei totalmente a este esporte. Se for possível, posso fazer somente uma luta de despedida, e claro que será no Japão. Mas vai depender de como meu joelho estará.

A comemoração pelo título do GP do Rizin mostrou um Mirko Cro Cop diferente das outras vezes em que se apresentou. Mostrando mais felicidade até mesmo do que na conquista do GP do Pride, em 2006, o croata admitiu que a vitória na última semana foi realmente especial.

– Foi um momento único, em uma noite muito festiva. Eu cheguei ao limite da dor, porque foi a preparação mais dura em termos de treinamentos que já fiz. A dor vinha das lesões que acumulei até aqui. Fiquei feliz por mim e pelo meu time. Mesmo sendo um esporte individual, não se tem sucesso no MMA sem uma equipe. Todos contribuíram para a minha vitória, e agradeci a todos do fundo do coração.

Mesmo aposentado das lutas, Cro Cop garantiu que se manterá em contato com o esporte. Mas também admitiu que dará mais atenção à sua vida particular.

– Manterei contato com o esporte. Alguns estrangeiros já me contactaram, e talvez eu trabalhe com eles. Não me vejo abrindo uma academia, ou trabalhando com recreação. Treinar sempre foi parte integral da minha vida, e pretendo me manter em atividade física pelo máximo de tempo possível. Mas, agora, quero ir para minha cidade, Privlaka, para passar uns dez dias por lá junto às pessoas com quem cresci. Vou jogar cartas, conversar e ter um pouco de vida social por lá – revelou Cro Cop.

A carreira

Ao todo, Mirko “Cro Cop” Filipovic disputou 49 lutas em 15 anos de carreira, com 35 vitórias, 11 derrotas, dois empates e uma luta sem resultado. Famoso pelos chutes altos e pela frase “Perna direita, hospital; perna esquerda, cemitério”, o croata fez carreira no Pride, evento no qual se consagrou ao conquistar o GP em peso aberto vencendo Josh Barnett na grande final. Suas apresentações no Japão diante de nomes como Fedor Emelianenko, Rodrigo Minotauro, Wanderlei Silva e muitos outros entraram para a história do Vale Tudo e do MMA.

Sua primeira passagem pelo UFC não teve o mesmo brilho – estreou com derrota para o brasileiro Gabriel Napão, sendo nocauteado com um chute alto (sua marca registrada) no UFC 70 – e foi demitido após uma nova derrota, desta vez por decisão unânime contra Cheick Kongo no UFC 75.

Após uma rápida passagem de um ano pelo Dream e pelo K-1, Cro Cop retornou ao UFC em 2009, fazendo sete lutas, com quatro derrotas e três vitórias. Demitido em 2011, Cro Cop retornou pela terceira e última vez em 2015, quando venceu Gabriel Napão por nocaute na Polônia. Após a luta, o croata declarou sua primeira aposentadoria, abandonando a luta contra Anthony Hamilton de forma surpreendente. Mais tarde foi noticiado que ele havia sido flagrado em um exame antidoping, o que fez o UFC demití-lo.

Contratado pelo Rizin, Cro Cop foi a grande estrela do GP em peso aberto, o qual conquistou com alguma facilidade, enfrentando na sequência Hyun Man Myung por finalização em 2m20s; King Mo Lawal por nocaute no segundo round; Kaido Hoovelson por nocaute em 49s e Amir Aliakbari, na final, por nocaute aos 2m03s.

Fonte: Globo Esporte