
Viva a Paraíba
Somente Rio Grande do Norte, Goiás e Amapá têm dívidas menores
Por Roberto Cavalcanti
Do Jornal Correio da paraíba
Quem é paraibano sabe: é difícil, incomum mesmo, localizar o Estado em posições invejáveis nos rankings nacionais que medem as performances econômicas, sociais e culturais dos entes federativos brasileiros.
Desafortunadamente, quase nunca figuramos entre os melhores.
Na verdade, via de regra a Paraíba aparece lá atrás, nos últimos locais do pódio, esmagada pelo vigor econômico dos demais estados.
E, mais uma vez, um novo ranking encontra a Paraíba entre os últimos.
Desta vez, porém, estar no final dessa hierarquia é alvissareiro.
Em levantamento conduzido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, a Paraíba aparece com uma das menores dívidas externas do País. É o vigésimo segundo estado menos endividado junto a instituições internacionais.
Somente Rio Grande do Norte, Goiás e Amapá têm dívidas menores.
No outro extremo do ranking da FGV estão Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco – estados que assistem o crescimento vertiginoso dos seus níveis de endividamento externo, pressionados pela forte valorização cambial registrada nos últimos meses e pela perspectiva de que o dólar alcance a marca de 2,70 reais ao longo do ano.
Cálculos do Banco Central sinalizam que o bolo das dívidas inflou pelo menos dois pontos percentuais no ano passado. E já provocam impacto gigantesco nos cofres estaduais. Em Pernambuco, por exemplo, a dívida externa representa hoje 21,8 por cento da receita líquida do Estado.
Para se ter ideia da distância que nos separa dos pernambucanos, a dívida da Paraíba representa apenas 3,7 por cento da receita líquida do Estado.
Os endividados, na verdade, caíram em uma armadinha pregada pelo mercado.
Muitos deles trocaram as dívidas com o Governo Federal influenciados por juros mais atrativos oferecidos pelo Banco Mundial (Bird) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além de bancos privados internacionais.
No momento da troca, parecia um bom negócio: o câmbio era favorável e se mexia pouco.
Os ventos, porém, mudaram. E empurram para cima o nível de endividamento dos estados.
Fora dessa ventania, só resta celebrar:
Viva a Paraíba!