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Velório de Sérgio Mamberti será em teatro em São Paulo

O enterro do artista, também restrito a familiares e a poucos amigos, ocorrerá, às 15h, no Cemitério da Consolação, na capital paulista.

O velório do ator Sérgio Mamberti — que morreu, aos 82 anos, na madrugada desta sexta-feira (2/9) — será realizado, no início desta tarde, no palco do Teatro Anchieta, no Sesc Consolação, em São Paulo, em cerimônia fechada ao público. O enterro do artista, também restrito a familiares e a poucos amigos, ocorrerá, às 15h, no Cemitério da Consolação, na capital paulista.

No Teatro Anchieta, Mamberti apresentou o maior sucesso de sua carreira nos tablados. Em 1975, ele integrou o elenco da peça “Réveillon” ao lado de Regina Duarte, Mario Prata, Enio Gonçalves e Yara Amaral. O trabalho de Mamberti na montagem com texto de Flávio Márcio, sob direção de Paulo José, chamou atenção da crítica especializada à época e deu a ele os prêmios Molière e da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) na categoria de Melhor Ator.

— O Teatro Anchieta, no Sesc Consolação, é um lugar muito simbólico para o meu pai — conta Carlos Mamberti, um dos filhos do ator. — A estreia de “Réveillon” cumpriu uma temporada incrível nesse palco. Foi um espetáculo muito marcante: em 1975, foi o grande sucesso do ano no teatro brasileiro. Meu pai tinha um carinho muito grande com esse lugar. Depois, ainda participou de muitas palestras por lá.

Intubado desde o o dia 28 de agosto, em um hospital da rede Prevent Senior, na capital paulista, com uma infecção nos pulmões, Sérgio Mamberti morreu em decorrência em falência múltipla dos órgãos nesta madrugada. Ele deixa quatro filhos.

Papéis de destaque

Reconhecido por papéis de destaque na TV, como o mordomo Eugênio, na novela “Vale Tudo” (1988), e o Doutor Vitor, no infanto-juvenil “Castelo Rá-Tim-Bum” (1994), Sérgio Mamberti fez sua estreia na carreira em 1963, quando estrelou a peça “Antígone América”, escrita por Carlos Henrique Escobar, produzida por Ruth Escobar e dirigida por Antônio Abujamra.

No cinema, atuou em várias produções marcantes, como “O bandido da Luz Vermelha” (1969) e “Toda nudez será castigada” (1973). Ele também foi autor de roteiros infantis, como nos filmes “Xuxa Abracadabra” (2003)  e “O cavaleiro Didi e a princesa Lili” (2006).

— Meu pai deixou um legado enorme para a cultura desse país. Ele teve a oportunidade de estar nos melhores palcos do Brasil. E como pai, foi um grande pai — emociona-se Carlos, filho do artista, em depoimento ao GLOBO. — Acho que quem nasce Sérgio Mamberti nunca morre.

Perdas recentes abalaram ator

Em abril deste ano, Sérgio Mamberti lançou uma autobiografia em que repassou histórias vividas nas mais de cinco décadas de carreira, revelando detalhes sobre sobre sua vida pessoal. No livro ”Senhor do meu tempo”, da Edições Sesc, o artista comentou a perda de seu marido, Ednardo Torquato, com quem viveu por 37 anos, em 2019.

”Ed, meu companheiro querido, nos deixou muito cedo. Pela segunda vez, tive de experimentar a mesma ausência sofrida com a partida de Vivian, em 1980. Sei que nunca vou me recuperar dessas duas perdas, mas a vida exige coragem e esperança para seguir em frente”, escreveu o ator.

Antes de conhecer Ednardo, com quem adotou a filha Daniele, hoje com 38 anos, Sergio foi casado com Vivia Mahr, mãe de seus outros três filhos (Duda, Carlos e Fabrício). A mulher morreu aos 37 anos, em decorrência de problemas causados por insuficiência cardíaca, em janeiro de 1980.

— A perda do Ednardo, último companheiro do meu pai, foi algo muito triste, uma perda muito significativa. E minha mãe também era uma grande parceira dele… Tudo isso foi muito dolorido para o meu pai — conta Carlos Mamberti.

Fonte: Globo
Créditos: Globo