3.500 espécies de plantas

Sítio Burle Marx, no Rio, é reconhecido como Patrimônio Mundial da Unesco

Legado do paisagista brasileiro tem 407 mil metros quadrados e fica em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste. Sítio abriga uma coleção com mais de 3.500 espécies de plantas tropicais e subtropicais

O Sítio Burle Marx, legado do paisagista brasileiro que criou o conceito de jardim tropical moderno, se tornou Patrimônio Mundial da humanidade. O reconhecimento foi dado por um comitê da Unesco nesta terça-feira (27).
Com 407 mil metros quadrados, o Sítio Burle Marx fica em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio e abriga uma coleção com mais de 3.500 espécies de plantas tropicais e subtropicais.

“O Sítio Roberto Burle Marx foi o ‘laboratório de criação’ onde foram desenvolvidos o repertório botânico e a experimentação paisagística que viabilizaram a produção do novo paradigma no campo do paisagismo, o jardim tropical moderno”, destacou a diretora do espaço, Claudia Storino.

Acervo de mais de 3 mil itens

Além de jardins, viveiros de plantas, sete edificações e seis lagos, a propriedade Burle Marx também guarda um acervo museológico de mais de três mil itens, formado por coleções de arte cusquenha, pré-colombiana, sacra e popular brasileira.
Como registra o Iphan, o sítio é a maior e mais importante obra de Burle Marx, e recebe cerca de 30 mil visitantes por ano. Roberto Burle Marx, reconhecido internacionalmente como um dos mais relevantes paisagistas do século XX, viveu no sítio entre 1973 e 1994.

Foram 45 anos reunindo plantas de diversas partes do mundo na propriedade, algumas em risco de extinção. Todo um conjunto que recentemente passou por uma requalificação visando o título de patrimônio mundial.
Por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investiu aproximadamente R$ 5,4 milhões em intervenções para valorizar espaços ampliar o acesso público e potencializar ações de pesquisa.
O resultado é fruto de uma parceria firmada entre o Iphan e o Intermuseus associação civil sem fins lucrativos (Oscip). A requalificação começou em outubro de 2018 e foi concluída em fevereiro de 2021.
O sítio é classificado como uma unidade especial do Iphan, autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo.
“A chancela estabelece um compromisso para manter os valores excepcionais que tornam esse lugar de importância para toda a humanidade. Temos a missão de preservar para as futuras gerações este espaço de aprendizado e de fomento ao conhecimento sobre natureza, paisagismo, arte e botânica”, diz Larissa Peixoto, presidente do Iphan.
A cerimônia foi realizada em Fuzhou, na China, local da reunião do Comitê da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Inicialmente, o encontro estava previsto para 2020, mas foi adiado devido à pandemia de Covid-19.

Etapas da candidatura

O processo de construção de candidatura começou com a inscrição na lista indicativa brasileira a Patrimônio Mundial, em 2015. O dossiê final do Sítio Burle Marx foi entregue à Unesco em janeiro de 2019. O documento defende o valor da propriedade como laboratório botânico e paisagístico.
Ainda em 2019, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) fez uma missão de avaliação no Sítio. A visita se desdobrou num relatório final, para embasar a análise do Comitê do Patrimônio Mundial.

Visitas ao Sítio Burle Marx

O sítio fica na Estrada Roberto Burle Marx, No. 2019, em Barra de Guaratiba. O telefone de contato do espaço é o (21) 2410-1412, e visitas ao local estão sendo marcadas no e-mail: visitas.srbm@iphan.gov.br
Por conta da pandemia, as visitas estão acontecendo em pequenos grupos, de 3ª feira a sábado. É obrigatório o uso de máscaras, higienização das mãos, álcool em gel e distanciamento.

Fonte: G1
Créditos: G1