Relacionamentos

Se casar 'para baixo': “ele ganha menos que eu, e daí?”; mulheres quebram tabus e falam sobre a hipogamia nos relacionamentos

Imagem: Freepik
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Por muito tempo, os relacionamentos amorosos foram moldados por uma lógica tradicional em que o homem era o principal provedor financeiro da casa. No entanto, essa realidade tem mudado – e com ela, surgem novos desafios e preconceitos. Um deles é a hipogamia, termo usado para descrever relações em que a mulher tem um nível socioeconômico, educacional ou profissional mais alto do que o parceiro.

Se por um lado a ascensão feminina no mercado de trabalho tem sido celebrada, por outro, muitas ainda enfrentam julgamentos ao se relacionarem com homens que ganham menos ou têm menor escolaridade. Mas mulheres como a advogada Maria Ferreira, 37 anos, estão dispostas a enfrentar o tabu.

“Eu ganhava quase o triplo do meu ex-namorado, e isso nunca foi um problema pra mim. As pessoas olhavam torto, faziam piadas, e ele mesmo começou a se sentir inferior, isso quase afetou nossa relação, ele não ficava confortável com isso”, conta Luiza.

“As pessoas esperam que a mulher bem-sucedida esteja com um ‘homem à altura’. Mas o que é essa ‘altura’? Eu escolhi alguém que me respeita, me incentiva, e está ao meu lado todos os dias. Isso vale mais do que salário, ele ganha menos que eu, e daí”, enfatizou a advogada.

Especialistas apontam que quebrar estigmas como o da hipogamia é essencial para relações mais saudáveis e igualitárias. Afinal, a base de um relacionamento deve ser o respeito mútuo – não a conta bancária.

Para muitas mulheres, amar alguém que ganha menos não é um problema – é uma escolha consciente de não se submeter a padrões ultrapassados. E como dizem algumas delas: “hipogamia? Prefiro chamar de parceria.”