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Record demite jornalista que virou réu por assédio sexual no trabalho

Foi apurado que a emissora dispensou o jornalista como uma ocorrência corriqueira, sem justa causa e sem apresentar justificativa. Ele estava afastado do trabalho (mas recebendo salário) desde maio do ano passado, quando surgiram as denúncias.

A Record finalmente demitiu o jornalista Gerson Dias de Souza, na sexta-feira (16), um ano e cinco meses depois de o veterano ter sido acusado de cometer assédio sexual contra várias mulheres dentro da redação do Domingo Espetacular. A emissora, que vinha protegendo o profissional enquanto aguardava o desfecho das investigações policiais, sucumbiu diante do fato de que Souza agora é réu na Justiça de São Paulo pelo crime de importunação sexual em ação movida por quatro vítimas.

Em agosto, conforme o Notícias da TV informou em primeira mão, Souza foi denunciado pela promotora Maria do Carmo Toscano como incurso, por quatro vezes, no artigo 215-A (“praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”), combinado com o 71 (ato continuado), do Código Penal. A pena para cada crime varia de um a cinco anos.

A Record confirmou a demissão de Gerson de Souza, mas não comentou. Foi apurado que a emissora dispensou o jornalista como uma ocorrência corriqueira, sem justa causa e sem apresentar justificativa. Ele estava afastado do trabalho (mas recebendo salário) desde maio do ano passado, quando surgiram as denúncias.

Na época, 12 mulheres procuraram o departamento de Recursos Humanos da Record e afirmaram que vinham sendo vítimas de assédio sexual por parte de Souza havia anos. Segundo as mulheres, ele as constrangia com toques físicos e palavras maliciosas. O estopim da revolta foi um beijo roubado de uma produtora, surpreendida enquanto trabalhava.

De acordo com a denúncia do Ministério Público paulista, as investigações da Polícia Civil constataram que Souza “por diversas vezes e de forma continuada, importunava as vítimas com palavras maliciosas, comentários de conotação sexual, gestos obscenos e toques lascivos e não consentidos, com elas mantendo contato físico inoportuno, constrangendo-as dentro do local de trabalho”.

Os depoimentos das quatro vítimas foram confirmados por nove testemunhas. O primeiro caso de assédio registrado pela polícia ocorreu em 2016. A vítima era uma estagiária da emissora.

Gerson negou as acusações à polícia. Seus advogados não se manifestaram. Em agosto, eles se recusaram a comentar o assunto, argumentando que, “como o caso tramita em segredo de Justiça, por enquanto registramos apenas que a inocência do Gerson será demonstrada”.

Na época em que o escândalo veio à tona, o repórter atribuiu a acusação a um suposto revanchismo. “É devastador saber que minha carreira, e vida pessoal, estão em risco pelas informações que circulam na mídia”, disse em nota à imprensa em junho de 2019.

Antes de Souza, vários profissionais envolvidos direta ou indiretamente no caso perderam o emprego, inclusive algumas vítimas.

Fonte: Notícias da TV
Créditos: Notícias da TV