Professor representante do Consepe emite nota de esclarecimento sobre ocupação da reitoria

O professor e representante do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), Roberto Rondon, divulgou nessa terça-feira (1), uma nota de esclarecimento sobre a ocupação da reitoria da UFPB.

Confira na íntegra: 

Esclarecimentos sobre os acontecimentos ocorridos na reitoria ontem no final da tarde.
Como havia publicado no dia de ontem, a reitora da UFPB havia se comprometido a retomar a reunião com os estudantes às 16 horas na rampa de entrada da reitoria. Isso levou um grande número de estudantes e alguns professores a ficarem aguardando até às 17:15, quando iniciou-se uma reunião com representantes da Defensoria Pública e do Ministério Público da União, que admitiram a procedência de várias reivindicações dos estudantes e os aconselhava a protocolar no Ministério Público da União a sua pauta que seria acompanhada e encaminhada para providências na esfera jurídica. No meio dessa conversa, a reitora e sua equipe de pró reitores e assessores saíram da reitoria e, quando os estudantes quiseram retomar a reunião, a qual ela mesma havia se comprometido a retomar e que gerou grande expectativa de uma saída negociada que pudesse estabelecer um acordo mínimo para o problema da assistência estudantil, ela simplesmente retirou-se e seguiu em direção ao gabinete com sua equipe. Tal gesto desencadeou a revolta dos estudantes (4 DELES EM GREVE DE FOME HÁ 7 DIAS) que tentavam uma solução para o urgente problema de poderem permanecer estudando em nossa UFPB em condições mínimas. Não houveram agressões físicas, nem ameaças à integridade física da reitora e de sua filha como vem sendo explorado pela imprensa sensacionalista que nós sabemos como procede nesses momentos. Pelo contrário, mesmo após a ocupação da reitoria, os manifestantes procuraram resguardar a possibilidade da saída da reitora e de sua equipe, o que ocorreu por volta das 18:30. Cabe esclarecer também que nesse momento havia a presença de diversos professores (inclusive do CE), representantes da comissão de direitos humanos da Universidade e diretores da ADUFPB que buscaram evitar qualquer problema maior, já que a reitoria solicitou a presença da Polícia Militar armada para dentro do Campus, o que só aumentou o clima de tensão já desnecessário naquele momento.
Apresento esse relato dos acontecimentos para esclarecer que até o dia de ontem vinha (em conjunto com outros professores e entidades) buscando junto à reitoria e aos estudantes uma abertura efetiva de negociações que pudesse tanto atender o, repito, grave problema da assistência estudantil em nossa UFPB, quanto preservar a integridade física dos grevistas. A partir dos novos rumos que o movimento tomou ontem, motivados pela inabilidade da reitoria em conduzir um processo de negociação, e da mudança de forma de luta pelos estudantes, as possibilidades de mediação ficaram muito prejudicadas.
Como conselheiro do CE e membro da comunidade acadêmica, apesar dos boatos de dossiês e possíveis represálias posteriores, continuarei acompanhando com atenção o desenrolar dos acontecimentos e atuando junto às instâncias superiores para uma saída com os menores danos possíveis à Universidade e aos membros de sua comunidade.