Minissérie traz à tona desentendimento entre Tim Maia e Roberto Carlos

"Tim Maia: Vale o que vier" coloca o ícone da Jovem Guarda em mais uma polêmica após adaptação do filme para a tevê

“Tim Maia: Vale o que vier” coloca o ícone da Jovem Guarda em mais uma polêmica após adaptação do filme para a tevê

 

“Este é o momento mais constrangedor da história da Rede Globo desde a polêmica edição do debate presidencial entre Lula e Collor no Jornal Nacional, em 1989.” É assim que Paulo César de Araújo, autor da biografia censurada Roberto Carlos em detalhes, se refere à minissérie Tim Maia: Vale o que vier. Exibido em dois capítulos, quinta (1º) e sexta (2), o docudrama feito a partir da cinebiografia do diretor Mauro Lima, lançada no fim de 2014, cortou cenas em que Roberto Carlos despreza o soulman e apresentou o Rei como o artista que lançou Tim Maia.

“Foi uma manipulação ainda mais grotesca porque, no debate de 1989, o Lula realmente havia ido mal. Eles apenas pioraram o seu desempenho na edição. No caso da minissérie, foi uma tentativa de mudar a história. Tentaram transformar algo que poderia ser negativo para Roberto Carlos em positivo, excluindo cenas e acrescentando depoimentos do Rei. Trataram-no como um herói”, critica Paulo César.

A história de Tim e Roberto é antiga. Os dois eram amigos da Tijuca, Zone Norte carioca, no fim dos anos 1950 e fizeram parte de um grupo vocal chamado Sputniks, que se desfez quando Roberto decidiu seguir carreira solo. Após a dissolução da banda, Tim Maia se mudou para os Estados Unidos e foi preso. Deportado para o Brasil em 1964, procurou Roberto Carlos, que tinha um programa na Record, e pediu ajuda. Foram meses de batalha, eventualmente humilhantes.