Show arraiá

Mano Walter abre temporada de 'lives juninas' do isolamento: 'Povo não vai ficar sem São João'

'A gente ia ter que inventar alguma coisa', ele diz ao G1. Alagoano faz primeiro grande 'live arraiá' de junho no Brasil e vai cantar forró, baião, xote e clássicos das festas nesta sexta-feira (5)

As festas juninas não vão acontecer por conta da pandemia, mas ao longo de junho artistas vão fazer lives temáticas para tentar preencher o vazio que as festas vão fazer.

Quem abre a “programação virtual” é Mano Walter que faz o “Arraiá do Mano” nesta sexta-feira (5), às 20h, com direito a fogueira, milho assado, e claro, muito forró.

“Nós, forrozeiros, temos um papel a cumprir de levar alegria através da nossa música, então é nosso dever fazer com que mesmo nesse período de pandemia tenha São João”, diz, por telefone, ao G1.

“Vou fazer São João sim, o povo não vai ficar sem São João. Estou divulgando que pode arrastar o sofá, arrastar mesa, cadeiras e dançar com seu par, mas não vamos ficar sem São João”, continua.

Mano diz que o gênero vai ser predominante no repertório com forró pé de serra, baião e xote. Mas também vai ter música romântica.

Clássicos também não vão faltar e o cantor cita cantando versos de “Olha pro Céu” e ” Pagode Russo”, de Luiz Gonzaga, durante a entrevista.
“Essa live tem o intuito de levar alegria, arrecadar alimentos para quem mais está precisando e também manter viva nossas tradições, nossa cultura”, explica.

E completa: “Não tinha como ficar em branco, a gente ia ter que inventar alguma coisa”.

Relação forte com São João

Mano lembra que as festas juninas também foram importantes na sua infância em Quebrangulo, município do agreste de Alagoas.

“Como eu sou do interior, eu já me criei ali dançando quadrilha, fogueira, milho assado na tradição mesmo”, diz. Quando começou a cantar forró, a relação com as festas só se intensificou.

Para o cantor, dois grandes momentos da carreira aconteceram quando ele cantou nas festas de Campina Grande (PB) e Caruaru (PE), cidades em que a tradição da festa se mantêm muito forte.

“É a mesma coisa do atleta participar das Olimpíadas, participar de uma Copa do Mundo. É uma coisa nesse naipe, como se fosse uma provação. Você tocou, chegou até aqui: aprovado!”, diz.

“São muitos grupos, bandas, então é muito concorrido tocar nessas festas principalmente nos dias principais: São João, São Pedro, Santo Antônio”.

O dia em que cantou pela primeira vez no clube da sua cidade também foi emocionante. “Passou um filme na minha mente de antes eu estava ali como espectador curtindo e no outro momento eu estava ali naquele palco cantando”, diz.

Quarentena cheia de atividades

O isolamento em casa permitiu ao cantor retomar um hábito antigo: pintar. Ele diz que estava enferrujado, mas pediu dicas para um professor e tem preenchido o tempo fazendo quadros.

Ele compartilhou uma foto do começo da tela que fez com um desenho de cavalo.
Mano também está conseguindo acompanhar a gravidez de Débora Silva de perto. O primeiro filho do casal chega em agosto.

“É uma sensação arretada poder sentir todo dia o José dar um chutinho. Se eu tivesse tocando em um período normal, não teria como acompanhar assim todos os momentos da gestação tão perto”, afirma.

Mas o cantor não deixou de lado as composições, ao contrário está produzindo músicas a distância.
“Estou gravando um EP novo, galera produzindo em São Paulo e Fortaleza e eu estou colocando voz aqui em casa.

Para quando voltar tudo ao normal a gente já chegar com todo vapor”, diz.
“Estou tentando sempre ocupar a mente, produzir, descansar um pouco também, arrumar o guarda roupa. Passar pano na casa e lavar prato é o que eu mais estou fazendo”, afirma e ri. Nós também, Mano.

Fonte: G1
Créditos: G1