Ambiente digital

Hytalo Santos e a adultização infantil: o que é e quais os riscos para jovens que “trabalham” na internet

Hytalo Santos e a adultização infantil: o que é e quais os riscos para jovens que “trabalham” na internet

A exploração de crianças na internet voltou ao centro das discussões no Brasil após um vídeo do influenciador Felipe Brassanim Pereira, o Felca, viralizar e ultrapassar 35 milhões de visualizações no YouTube. O conteúdo trouxe à tona o termo “adultização” e mobilizou parlamentares de diferentes espectros políticos em Brasília para acelerar a tramitação de projetos de lei voltados à proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital.

O caso ganhou novos desdobramentos nesta sexta-feira (15), com a prisão, em São Paulo, do influenciador paraibano Hytalo Santos, personagem central do vídeo de Felca. Ele é investigado por crimes de tráfico humano e exploração sexual infantil. Segundo as autoridades, as apurações são conduzidas com rigor técnico e respeito aos direitos e à dignidade das vítimas, especialmente crianças e adolescentes.

O que é “adultização”
O fenômeno, que não é novo, consiste em uma aceleração forçada do desenvolvimento infantil, levando crianças a adotar comportamentos ou responsabilidades incompatíveis com a idade. A adultização pode ocorrer de diversas formas: sobrecarga de tarefas típicas de adultos, como cuidar de irmãos ou ajudar no sustento da casa; pressão exagerada por desempenho escolar ou esportivo; e exposição a conteúdos impróprios, como vídeos com teor sexualizado.

O papel da internet
A popularização das redes sociais intensificou o fenômeno. Com acesso cada vez mais precoce à internet, crianças não apenas consomem, mas também produzem conteúdos — muitas vezes sem a devida mediação de adultos.
Dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Cetic.br, indicam que 93% dos brasileiros entre 9 e 16 anos (cerca de 24 milhões de crianças e adolescentes) usam a internet, e mais de 20% deles começaram a acessar antes dos seis anos de idade.

Defesa de Hytalo Santos
Hytalo nega todas as acusações e afirma que “sempre agiu dentro da lei”. Segundo ele, todo o conteúdo gravado com menores teve “autorização legal e acompanhamento dos responsáveis”. O influenciador também sustenta que as adolescentes citadas nas denúncias são emancipadas.