INJUSTO

Homem condenado a ter de avisar com antecedência qualquer encontro sexual entra em greve de fome para protestar

Homem foi inocentado de uma acusação de estupro, mas foi incluído na Ordem de Risco Sexual, que o obriga avisar sobre suas relações sexuais

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Um britânico, que deve informar à polícia que fará sexo com ao menos 24 horas de antecedência, fará greve de fome para protestar contra a decisão. As informações são do site The Independent .

O homem, de 40 anos, que não pode ter sua identidade revelada por questões legais, foi inocentado de uma acusação de estupro no ano passado, mas, mesmo assim, foi incluído na Ordem de Risco Sexual (SRO, na sigla em inglês), que o obriga a avisar as autoridades com antecedência sempre que planejar ter relações sexuais.

Anteriormente, ele havia chamado a ordem de “injusta”, dizendo que sua vida tinha se tornado uma “prisão virtual”. “Não há convicção, só uma alegação na qual foi inocentado e eles ainda fazem isso”, falou, na época.

Agora, ele anunciou que, a partir da próxima quarta-feira (6), vai começar uma greve de fome. “Mesmo que o júri, por unanimidade, não me considere culpado, ainda estou pagando por um crime que não aconteceu. Protesto por estar sujeito a uma ordem ilegal e tão extrema que não se justifica. A lei foi mal aplicada deliberadamente pela polícia de North Yorkshire ”, disse, em comunicado.

“Não tenho vida sob está ordem. Este pedido me condena a uma vida sozinho e sem trabalho. Não fiz nada. Quem pode viver assim? Sempre fui inocente, como o júri também decidiu”, concluiu.

A Ordem de Risco Sexual pode ser aplicada a qualquer pessoa, independentemente se foi condenada ou não, desde que as autoridades considerem que ela representa um risco de dano sexual a sociedade. A medida foi implantada em 2015 e alerta que o indivíduo “deve declarar os detalhes do companheiro, incluindo seu nome, endereço e data de nascimento pelo menos 24 horas antes das relações sexuais”.

Durante o julgamento, o homem admitiu ter interesse em sexo sadomasoquista e visitado clubes de fetiche com uma ex-parceira, mas negou ter cometido qualquer crime. Na saída da última audiência, ele disse aos repórteres que não tinha “nenhuma perspectiva” de ter um relacionamento nessas condições.

Um porta-voz da polícia disse que o “departamento só pede ao tribunal de justiça a inclusão de alguém na SRO em circunstâncias em que é preciso proteger o público de ataques sexuais. Os detalhes sobre este caso não podem ser fornecidos para a proteção do próprio homem, mas estamos convencidos de que nossas ações são justificadas”.

Fonte: TERRA