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Ex-apresentadora da Globo na PB fala de seus "dois maridos"

Patrícia Rocha, que se separou e reatou o relacionamento com Bruno Sakaue, revelou as mudanças pelas quais o casal teve que passar.

Em artigo publicado nesta segunda-feira (3) no site Nossa Fala, a jornalista e apresentadora de televisão Patrícia Rocha falou sobre sua relação com o também jornalista e apresentador Bruno Sakaue.

A ex-global, que se separou e reatou o relacionamento com o apresentador da TV Correio, revelou as mudanças pelas quais o casal teve que passar.

Em um dado momento, a jornalista reconheceu que o casamento com Bruno era de aparência.

“Vivíamos com os holofotes acesos sobre nós e com a missão de sermos referência de relacionamento pra tanta gente. Brigas nos bastidores, sorrisos no Instagram”, assumiu Patrícia.

Confira a íntegra do texto:

Patrícia Rocha e seus dois maridos

Meu primeiro marido era complicado. Eu sei, essa frase é quase um coro das desquitadas que precisam afirmar que a culpa era dele, não tinha como conciliar. “Tentei de tudo, me esforcei, mudei, mas ele era irremediável”. Né? É. É sim.

Homens são difíceis. Às vezes é um homem só na data de nascimento e no apego ao rock dos anos 80. Fora isso… parece um menino mimado, carente, inseguro. E o pior: jurando que não, que é forte e que a presença da mulher em casa não é absolutamente necessária. Pra tudo!

Sim, foi um relacionamento delicado. Como se não bastassem as fragilidades de uma relação entre dois jovens descobrindo o mundo, era público. Vivíamos com os holofotes acesos sobre nós e com a missão de sermos referência de relacionamento pra tanta gente. Brigas nos bastidores, sorrisos no Instagram. Dores escondidas, declarações expressas. Família distante, filho pequeno, trabalho intenso, pressão social, amigos falsos. Era uma mistura amarga, muitas vezes.

O meu segundo marido é muito mais sábio. Ele chegou mais leve, com mais autoconsciência, com uma capacidade fofa de pedir desculpas. Ele pede pra eu parar para ficar à toa com ele, sabe? Tipo numa quarta-feira, 2 horas da tarde. É lindo! Quando eu pergunto se tá tudo bem, ele sempre responde o “e você?” de volta. Mesmo que não esteja preparado pra ouvir uma resposta que não queira. Eu acho incrível.

O meu segundo marido vai na terapia. E essa é uma das desconstruções que eu mais admiro num homem. Eles foram criados pra não demonstrarem sentimentos, porque soa fraqueza. Mesmo assim, quase toda semana ele está lá. Ok que ele foge, às vezes. Mas sempre volta mais disposto a olhar pra si.

A verdade é que ele também teve um passado difícil. Uma criação cheia de traumas e um relacionamento meio conturbado. Às vezes conversamos muito sobre isso. Às vezes ele é só silêncio sobre as lições que aprendeu na marra. Esse veio pra me ensinar que cada reclamação demonstra uma necessidade. E, nesse caso, que bom que ele está expressando. Homem em silêncio é um perigo!

Vez ou outra o ex aparece, fica me rondando. Solta umas indiretas, querendo me atingir, eu sei. E confesso que me acerta. Dói. Mas não dou o mesmo valor que antes.

A verdade é que meu marido é um mundo inteirinho. Tão complexo, tão contraditório e tão dialético, e tão humano! Eu até tento rotular e colocar as partes em caixinhas do tipo “homem é”, mas vira e mexe ele escapa. É muito grande! Dessa vez, com o peito aberto, sem medo e sem culpa, eu tenho muita vontade de desbravar. Todo dia!

Então… pra ser honesta com você, eu tenho que confessar um detalhe dessa trama: sim, meu primeiro marido e meu segundo são a mesma pessoa. Como eles podem parecer tão diferentes?

Bem… a minha primeira hipótese é de que – uau! – as pessoas mudam mesmo! Eu sei que isso é confrontador pra quem é tipo “eu nasci assim, eu cresci assim, vou morrer assim”, mas desculpa, não vejo sentido na vida se ela não for um constante desconstruir- para-construir.

E a segunda hipótese, ainda bem, é que eu também mudei. Hoje prefiro enxergar a insegurança dele como a capacidade de se sentir vulnerável comigo. E isso é revolucionário! A nossa liberdade não é perversão, é um nível de cumplicidade que o mundo lá fora não conhece.

As declarações explícitas não são confissões de culpa, são amor. Hoje ele não tem medo do “pra sempre”, mas ainda tem muitos outros. Eu não tento me proteger o tempo todo, mas ainda preciso aprender a dizer o óbvio. Porque não é milagre. É processo! E ele não acaba nunca.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba