Ela é dona da maconha dela

Entenda por que Beyoncé apoia o mercado de cannabis e está construindo sua própria fazenda de maconha

A cantora norte-americana Beyoncé está construindo uma fazenda de maconha. Em uma entrevista para a “Harper’s Bazaar”, Queen B, como é conhecida, revelou como descobriu o CBD (canabidiol), um dos principais compostos da planta da cannabis.

“Explorei os efeitos do canabidiol durante minha última turnê e experimentei seus benefícios para dor e inflamação. Isso ajudou nas minhas noites agitadas e na inquietação que vem por não conseguir dormir”, disse a cantora.Beyoncé não encontrou alívio apenas com o CBD, mas também com propriedades curativas do mel, que ofereceram benefícios a ela e a seus filhos. A satisfação foi tanta, que levou a artista a construir sua própria fazenda de mel e maconha.Essa não é a primeira vez que Beyoncé mostra seu apoio à indústria de cannabis. Em 2020, sua fundação BeyGood uniu-se à NAACP (Associação Nacional para o Avanço de Pessoas de Cor, na sigla em inglês) para oferecer à empresa de maconha The Gift, com sede em Maryland, um subsídio de US$ 10 mil, com o objetivo de apoiar os negócios de pessoas negras afetadas pela Covid-19.

HOLLYWOOD NA INDÚSTRIA DA CANNABIS

Embora Beyoncé não tenha divulgado mais detalhes sobre seu plano de construir uma fazenda de maconha, seu interesse por produtos de CBD a coloca na lista de famosos que já encontraram um espaço na indústria da cannabis. Muitas celebridades passaram a empreender no setor e apoiar os negócios de CBD nos últimos anos, incluindo Kim Kardashian, Jane Fonda e Jennifer Aniston.

Snoop Dogg foi uma das primeiras celebridades a lançar sua linha Leafs by Snoop no Colorado, em 2015. Desde então, o rapper norte-americano entrou na indústria de cannabis por meio de sua empresa de mídia Merry Jane e do fundo de investimento Casa Verde Capital. Em 2019, o marido de Beyoncé, o artista musical e empresário Jay Z, juntou-se à Caliva como estrategista-chefe da marca para lançar sua linha premium de cannabis Monogram.

O ator Jim Belushi comprou uma fazenda no sul do Oregon, onde sua equipe cultiva cannabis. Já a atriz Gwyneth Paltrow fez um investimento de valor não divulgado na Cann, uma fabricante de bebidas com infusão de cannabis por meio de sua marca de bem-estar e estilo de vida Goop.

IMPACTO NO COMPORTAMENTO DE COMPRA DO CONSUMIDOR

O aval de celebridades de Hollywood em relação aos produtos CBD ajudou o mercado a crescer em termos de comportamento de compra do consumidor. Defender e incentivar a  cannabis segue a mesma dinâmica de quando outros produtos do mercado são apoiados.

Um estudo de 2017 publicado no “British Journal of Marketing Studies” mostrou que a influência das celebridades é eficaz. Sua credibilidade inclui expertise e confiabilidade. Os famosos são vistos como alguém que as pessoas conhecem e podem confiar. Mas outros fatores também concorrem para conduzir o comportamento de compra do consumidor, incluindo semelhança, familiaridade e simpatia. Quando os consumidores são fãs, eles enxergam um valor ainda maior nos produtos apoiados pelas celebridades ou em uma causa que defendem, como se estivessem recebendo conselhos de seus amigos.

LIMITES NO MARKETING DE CBD

O CBD é comercializado por ajudar no relaxamento, diminuir a ansiedade e ter propriedades anti-inflamatórias. No entanto, as evidências científicas por trás dessas alegações ainda devem ser confirmadas pelas instituições. Muitos artigos têm mostrado esse potencial, mas as regulamentações ainda são cautelosas.

A FDA (Food & Drug Administration, agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos) reconhece as oportunidades potenciais da cannabis ou de seus compostos derivados. No entanto, já alertou algumas empresas que comercializam produtos contendo CBD e outros compostos de cannabis que eles podem violar a Lei Federal de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos, além de colocar em risco a saúde e a segurança dos consumidores.

COMO O AVAL PODE AJUDAR A INDÚSTRIA DA CANNABIS

Nos Estados Unidos, o CBD ainda é ilegal em nível federal quando contido em alimentos ou rotulado como um suplemento dietético. Mas o mercado pode chegar a US$ 19,5 bilhões em 2025 se o FDA aprovar o composto como um aditivo legal em 2022, de acordo com uma projeção feita pela BDSA, uma importante empresa de pesquisa de mercado de cannabis.

No entanto, a agência norte-americana aprovou apenas um medicamento o CBD até agora: o Epidiolex, que contém o CBD purificado para o tratamento de convulsões associadas à síndrome de Lennox-Gastaut ou síndrome de Dravet em pacientes com um ano de idade ou mais.

Apoiar o CBD e defender a cannabis certamente ajuda a indústria a crescer em termos de números. Mas o mais importante, é que isso ajuda a aumentar a conscientização sobre os benefícios da planta. Além disso, o apoio à indústria estimula a realização de mais pesquisas sobre o CBD e outros compostos de cannabis, que podem ser decisivos para a aprovação do FDA.

Fonte: FORBES
Créditos: Polêmica Paraíba