Política X Arte

Elba Ramalho interrompe “Fora Temer” durante show e gera polêmica nas redes sociais

A cantora e compositora Elba Ramalho se envolveu em mais uma polêmica no último dia 21 de abril, durante um show que marcava o aniversário de Brasília. Em dado momento do show parte da plateia começou a entoar o grito de “Fora Temer” o que de pronto foi interrompido pela cantora. De acordo com relatos de pessoas que estavam no show, Elba teria dito que os políticos são todos iguais.

“Vamos parar com essa política chata! São todos iguais. Vamos passar o Brasil a limpo”, teria dito a cantora.

Um dos relatos sobre o episódio foi do consultor da Unesco, Cleyton Feitosa, que e mora em Brasília, mas é natural de Caruaru, em Pernambuco. Ele fez um desabafo me uma rede social contando o fato e se dizendo decepcionado com Elba Ramalho.

No seu post, muita gente compartilhou da sua decepção, mas houve quem saiu em defesa da cantora.

Confira a baixo a íntegra do relato de Cleyton e logo em seguida uma das defesas da cantora:

DECEPCIONADO COM ELBA RAMALHO

Brasília comemorou nesse 21 de abril seus 57 anos de existência e o Governo de Brasília GDF tem promovido uma série de shows em comemoração à data.O primeiro grande show de destaque foi Elba Ramalho que subiu no palco às 22h dessa sexta-feira na Torre de TV de Brasília, região central da cidade. Como um bom membro da Capital do Forró (Caruaru/PE) fui ver o show de uma artista que, acima de tudo, canta e valoriza a cultura do Nordeste. Outro motivo especial para sair de casa é que por muitos anos Elba Ramalho abriu o São João de Caruaru, razão suficiente para eu matar as saudades e afagar a memória.Em determinado momento da apresentação, como é de praxe em praticamente todos os eventos públicos que agregam o povo (e sobretudo em Brasília, uma das capitais, senão a capital, mais politizadas do país, por razões óbvias), o público gritava enfaticamente “Fora Temer”. E eu na minha ‘perfeita ilusão’ (sim, eu amo Lady Gaga) achei que a artista apoiaria a manifestação ou, no mínimo, respeitaria silente a liberdade de expressão. Minha ilusão decorreu do fato de boa parte da classe artística ter reconhecido o Governo Temer como inimigo da categoria desde a extinção do Ministério da Cultura, seu ato político inaugural. Decorreu também do fato de achar que Elba, como legítima nordestina que é, tinha clareza do que foi o desenvolvimento do Nordeste nos governos democráticos anteriores ao atual (e o quanto as medidas impopulares do PMDB-PSDB afetarão o nosso povo daqui pra frente). Ledo engano.Primeiro Elba Ramalho interrompeu a manifestação dizendo “Vamos parar com essa política chata! São todos iguais. Vamos passar o Brasil a limpo” no melhor discurso (Sérgio) Morista que poderia haver. Em seguida, e como extensão desse primeiro momento, quando a maioria do público havia se dado conta do absurdo que acontecera e estava calada, a artista começa a bater boca com alguém na frente do palco “Você é um petista que quer me agredir? Quer subir aqui e cantar no meu lugar?”. Foi horrível, constrangedor e decepcionante. O que inicialmente parecia apenas despolitização era na verdade uma posição. Posição que, para além de tudo, (1) criminaliza o PT e (2) enfia toda a esquerda em um único partido político. Posteriormente, ela cantou “Monte Castelo” não por estar na terra do gigante Renato Russo, mas pelos versos bíblicos que ela carrega e finalizou com uma música do cancioneiro católico cujo nome eu não sei, mas que é famosa pelos trechos “E ainda se vier noites traiçoeiras…”. Fui teletransportado de um show público, laico (sim, foi pago com recursos do Estado), à meia-noite, repleto de gays (sim, Brasília é super livre e ‘friendly’) para uma missa dominical das 10h da manhã.Pra completar o circo de horrores, uma mulher, saída não sei de onde nem de que partido político, legitimada e estimulada pela cantora, veio até a nossa roda, composta por parte da esquerda acadêmica da Pós do Instituto De Ciencia Politica – IPOL/UnB que somou coro ao “Fora Temer” nos chamar de “bostinhas” (sic) e gritar “Avante Temer” (kkkkkkk). Uma artista de verdade, ainda mais uma que canta um repertório popular – repertório esse carregado de dimensões políticas, injustas e carentes – não pode estar desconectada dos anseios do seu povo sob risco dele não se ver reconhecido nela.Elba Ramalho, apesar de conterrânea, você não me representa e nem a grande parcela nordestina atingida pelos movimentos anti-democráticos (com grande expressão no Sudeste da Paulista) que estão a perder de vista o pouco de dignidade conquistada nos governos eleitos democraticamente.

O jornalista paraibano, Wagner Hardman, foi um dos que saiu em defesa de Elba:

“Primeiro Elba Ramalho interrompeu a manifestação dizendo “Vamos parar com essa política chata! São todos iguais. Vamos passar o Brasil a limpo” no melhor discurso (Sérgio) Morista que poderia haver. Em seguida, e como extensão desse primeiro momento, quando a maioria do público havia se dado conta do absurdo que acontecera e estava calada, a artista começa a bater boca com alguém na frente do palco “Você é um petista que quer me agredir? Quer subir aqui e cantar no meu lugar?”. Foi horrível, constrangedor e decepcionante. O que inicialmente parecia apenas despolitização era na verdade uma posição. Posição que, para além de tudo, (1) criminaliza o PT e (2) enfia toda a esquerda em um único partido político. Posteriormente, ela cantou “Monte Castelo” não por estar na terra do gigante Renato Russo, mas pelos versos bíblicos que ela carrega e finalizou com uma música do cancioneiro católico cujo nome eu não sei, mas que é famosa pelos trechos “E ainda se vier noites traiçoeiras…”. Fui teletransportado de um show público, laico (sim, foi pago com recursos do Estado), à meia-noite, repleto de gays (sim, Brasília é super livre e ‘friendly’) para uma missa dominical das 10h da manhã.

Pra completar o circo de horrores…”
1- Só é politizado quem adere, vota ou defende a esquerda e o PT?
2- “Vamos parar com essa política chata. São todos iguais”
No pós morte de Marisa, Lula ofereceu ajuda e dialogo a Temer, que traiu Dilma. PT e PMDB foram aliados no governo, na corrupção, no fogo amigo contra Dilma e Elba não tem coerência no que diz? Ela deixa claro que o problema não é só Temer. É a classe toda – ou quase toda – e isso é bem coerente com Nordeste Independente dos anos 80.
3- Cantar música que traz refrao religioso é anti arte? E o Ray de Madonna com a cabala, o Quatro Estacoes da Legião, toda a obra de Clara Nunes afrodescendente?! Se não ha valor uma canção católica cm podemos reivindicar direitos para os cânticos negros das religiões de matriz africana?! Creio que vc não entendeu o sentido da palavra laico. Laico nao é ausência de religião ou manifestação de fé e religião mas do Estado nao ter uma religião e ate onde sei o Estado pagar uma artista não dar-lhe o direito de dizer o que pode ou nao cantar. Fascismo e censura anda em voga inclusive entre modernos de esquerda.

Distorcer uma situação para ganhar likes é de uma tolice!

Fonte: Marcos Weric