FANTASIA SEXUAL

DOGGING: conheça a prática de fazer sexo em público com estranhos

Desde que começamos a namorar, há dez anos, eu e meu marido sempre frequentamos casas de swing, festas regadas à orgia e moteis com possibilidade de interação entre os quartos

Desde que começamos a namorar, há dez anos, eu e meu marido sempre frequentamos casas de swing, festas regadas à orgia e moteis com possibilidade de interação entre os quartos. Ver sua parceira transando com outro homem é algo que o excita e transar com mais de um homem também é algo fascinante para mim. Quando nossos dois filhos nascerem, há cinco anos, no entanto, sair ficou bem mais complicado e começamos a sentir falta das nossas aventuras sexuais. Um dia, navegando em um blog de swingueiros, Saulo* descobriu uma novidade a poucas quadras da nossa casa: o dogging, prática que consiste basicamente em transar dentro do carro ou ao ar livre, em locais públicos, com outras pessoas olhando – ou interagindo. Tudo parecia simples e as regras eram claras: acender as luzes do interior do carro significa que as pessoas podem assistir ao sexo do casal; janelas abaixadas é o código para chegar mais perto e até colocar uma mãozinha aqui, outra ali. Casal fora do carro é sinal verde, liberou geral: todos são bem-vindos na transa. Logo que ele me contou, adorei a ideia e não via a hora da nossa primeira experiência de exibicionismo e voyeurismo ao ar livre.

No dia em que decidimos ir, enquanto pensava na logística – bolsa, cigarro, uma cervejinha para tomar no caminho –, parei e pensei. “Será que estou mesmo preparada?”. Já tinha transado com desconhecidos em casas de swing, mas daí a fazer sexo na rua havia uma grande diferença. Nas casas fechadas, as regras são seguidas as claras, não há a menor possibilidade de violência, os códigos são respeitados. Me tranquilizei quando pensei que não seria a primeira vez que transaria no carro. Essa era, inclusive, uma prática comum na adolescência, quando os pais no quarto ao lado impediam de fazer sexo num lugar bacana. Já tinha destreza para rodopiar ao volante. Na pior das hipóteses, iríamos embora.

Sem nenhum frio na barriga e tomada por uma enorme curiosidade – e excitação -, decidi ir. Sempre gostei muito de transar e a vida toda encarei o sexo como arma de empoderamento. Transar livremente, falar abertamente sobre sexo e igualar os gêneros na cama é uma forma de alimentar minha libido, meus desejos e minhas lutas. Para mim, sexo sempre foi sinônimo de poder. “Como a mulher ainda luta por sua visibilidade em uma sociedade patriarcal, a libertação dos seus desejos, sejam quais forem, a leva a sentir e a exercer o poder de se expor. Muitos estudiosos dizem que a exploração do desejo empodera a alma”, explica a psicóloga e psicoterapeuta sexual Ana Claudia Alvim Simão, mestre pela South Bank University, em Londres, sobre o sentimento – que é compartilhado também por outras mulheres praticantes de fantasias como as minhas.

Fonte: Marie Claire
Créditos: Marie Claire