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Cientistas descobrem que pintinhos sabem fazer contas. Como os humanos

Os pintinhos usam uma linha numérica mental semelhante à da maioria dos humanos, contando os números da esquerda para a direita, aponta um estudo publicado na edição de hoje da revista Science. Os resultados mostram que os números menores são associados por esses animais a espaços da esquerda, enquanto os valores maiores, aos da direita. A descoberta, acredita Rosa Rugani, pesquisadora da Universidade de Pádua, na Itália, e integrante do estudo, indica que esse comportamento pode ser desenvolvido naturalmente, independentemente de influências do ambiente em que o ser está inserido. Inclusive os humanos.

Cientistas descobrem que pintinhos sabem fazer contas. Como os humanos

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Pesquisadores de universidade italiana descobrem que os filhotes de galinha seguem uma linha numérica crescente da esquerda para a direita. O trabalho indica semelhanças funcionais desses animais com os homens e poderá trazer novos elementos ao estudo neuronal.

Os pintinhos usam uma linha numérica mental semelhante à da maioria dos humanos, contando os números da esquerda para a direita, aponta um estudo publicado na edição de hoje da revista Science. Os resultados mostram que os números menores são associados por esses animais a espaços da esquerda, enquanto os valores maiores, aos da direita. A descoberta, acredita Rosa Rugani, pesquisadora da Universidade de Pádua, na Itália, e integrante do estudo, indica que esse comportamento pode ser desenvolvido naturalmente, independentemente de influências do ambiente em que o ser está inserido. Inclusive os humanos.
“Alguns cientistas acreditam que a cultura é fundamental para o desenvolvimento de uma linha numérica mental, mas estudos demonstram que crianças que ainda não desenvolveram a fala fazem a mesma associação com os números, sugerindo que a cultura é um fator secundário. Essa é uma questão debatida há anos”, detalha. No artigo, Rugani e os colegas sugerem que essa maneira de contar os números — crescente da esquerda para a direita — apareceu há milhões de anos, antes do surgimento dos ancestrais humanos. Os pesquisadores também notaram que a assimetria do cérebro pode ter um papel importante na maneira como esse método é desenvolvido.

Professor de medicina veterinária na Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, Henri Bentubo classifica o estudo como inovador e ousado, principalmente pelo número restrito de referências científicas disponíveis. “Compreender o alcance que essa espécie pode apresentar em termos de pensamento cognitivo pode acarretar uma profunda mudança de valores para a sociedade como um todo, quebrando velhos paradigmas”, acredita.

Treinamento

Na primeira etapa do estudo, os pesquisadores familiarizaram os pintinhos, que tinham três dias de nascimento, com o número 5 representado por pequenos quadrados vermelhos. As cobaias tinham que aprender que havia comida no painel marcado com as representações geométricas.

Em um segundo momento, foram posicionados dois painéis — um localizado à esquerda, outro à direita e ambos com dois quadrados vermelhos — em frente aos filhotes. Nenhum tinha alimentos, mas, à procura da recompensa, a maioria das cobaias se direcionou ao painel posicionado à esquerda.