
Ela é uma das plantas mais lindas que se pode ter dentro de casa, mas também uma das mais dramáticas: basta esquecer a rega ou deixá-la perto de uma corrente de ar e a maranta tricolor já começa a murchar, como se pedisse socorro. E não é exagero — essa planta tropical realmente sofre em ambientes secos, mas há três ajustes simples que podem recuperar o vigor das folhas e impedir que ela perca o charme tão rapidamente. Neste artigo, mostramos como salvar sua maranta com medidas práticas que funcionam mesmo em apartamentos sem umidade.
Como salvar a maranta: umidade é o segredo
A maranta tricolor, também conhecida como “planta rezadeira” por mover as folhas ao entardecer, é típica de regiões tropicais úmidas, como as florestas brasileiras. Isso significa que ela precisa de umidade no ar para manter suas folhas abertas, coloridas e sem pontas secas. Quando exposta a um ambiente seco — algo comum em casas com ar-condicionado ou durante o inverno — a maranta começa a murchar, enrolar e até perder a cor.
Por isso, o primeiro ajuste fundamental é aumentar a umidade relativa do ar ao redor da planta. Isso pode ser feito de três formas: com umidificador, com bandeja de pedrinhas e água sob o vaso, ou agrupando várias plantas juntas para criar um “microclima tropical”.
1. Pulverização controlada: o que fazer e o que evitar
A primeira ideia que vem à mente quando se fala em umidade é borrifar água nas folhas. Mas cuidado: a pulverização diária nem sempre ajuda e pode até causar fungos, se feita em excesso ou nas horas erradas.
A dica ideal é usar um borrifador com jato fino e pulverizar nas primeiras horas da manhã, apenas nos dias mais secos. Evite molhar demais as folhas e jamais borrife à noite, pois isso aumenta o risco de doenças. Para quem quer praticidade, um umidificador de ambiente pode manter a maranta feliz sem a necessidade de intervenção manual.
2. Solo e vaso: a base do resgate
Outro ponto crítico para evitar que a maranta murche é o solo mal drenado. Muita gente imagina que a planta está desidratada e exagera na rega, quando na verdade o solo já está encharcado, sufocando as raízes.
O ideal é usar um substrato leve e bem aerado, composto por terra vegetal, perlita e um pouco de fibra de coco ou casca de pinus. Esse tipo de mistura permite que a água escoe com facilidade, evitando o apodrecimento da raiz.
Além disso, certifique-se de que o vaso tenha furos suficientes no fundo e nunca deixe água acumulada no pratinho. Um solo equilibrado é o verdadeiro suporte para folhas firmes e erguidas.
3. Iluminação e localização: o fator invisível
A maranta é uma planta que ama luz, mas luz difusa — nada de sol direto. Em locais muito escuros, ela enfraquece; já no sol forte, suas folhas queimam e murcham ainda mais rápido.
Se sua planta está perto de uma janela com sol da tarde, experimente movê-la para um ponto onde a luz chegue filtrada por uma cortina fina ou pelas sombras de outras plantas. Ambientes com luz natural suave o dia inteiro são ideais para que a maranta mantenha seu padrão tricolor vibrante.
Outra dica pouco comentada é afastar a planta de correntes de ar, como portas frequentemente abertas, ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado. Essas variações constantes de temperatura e vento seco contribuem diretamente para o murchamento das folhas.
Dica bônus: como fazer a maranta “voltar”
Se sua maranta já está com folhas completamente caídas e sem vida, há um truque de emergência: corte as folhas murchas pela base e deixe a planta em um local com alta umidade, luz indireta e temperatura amena por pelo menos uma semana. Isso estimula brotos novos e saudáveis a surgirem, principalmente se as raízes ainda estiverem firmes.
Essa estratégia funciona especialmente bem se você combinar com uma rega correta — apenas quando o solo estiver seco ao toque superficial. Com o tempo, a maranta responde com folhas novas que rapidamente recuperam a beleza ornamental da planta.
Um cuidado que ensina sensibilidade
Cuidar da maranta é mais do que seguir regras: é um exercício de observar, ajustar e entender as necessidades do ambiente. Ela avisa quando está feliz — as folhas se abrem e mostram tons vivos de verde, rosa e creme — e também quando algo não vai bem. E, ao contrário do que parece, não é uma planta “fresca”: é apenas exigente com o que sempre teve na natureza.
Cultivar uma maranta saudável em ambientes secos é totalmente possível. Basta lembrar que o segredo está em imitar as condições de uma floresta úmida, mesmo que dentro de um apartamento. Quando você acerta o tripé — umidade, solo e luz — ela responde com vitalidade e movimento, e o que antes era um desafio vira pura contemplação.