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Assediadores estão em altos cargos dentro do grupo Globo, afirma jornalista

Os relatos de casos como o de Dani são antigos e os 'agressores' são sempre pessoas de altos cargos, como Marcius Melhem, que era diretor do departamento de humor da Globo.

Assediadores estão em altos cargos dentro do grupo Globo, afirma jornalista

Dani Calabresa é mais uma vitima dos constantes assédios que acontecem dentro das dependências do grupo Globo. O caso da atriz, mais uma vez, vem mostrar que o maior conglomerado de mídia do país não tem estrutura para proteger suas funcionárias e, ainda pior, quando assediadas e denunciam o ocorrido, seus relatos são colocados em dúvida por superiores.
Os relatos de casos como o de Dani são antigos e os ‘agressores’ são sempre pessoas de altos cargos, como Marcius Melhem, que era diretor do departamento de humor da Globo. A emissora, mesmo sabendo deles, prefere acobertar e só lidar quando se torna impossível de jogá-los para debaixo do tapete.
Até hoje é sabido de um diretor de novelas – ainda contratado da casa – que sempre assediou atrizes. O jogo desse diretor sempre foi tão baixo, que chegou ao ponto de em uma novela uma atriz não querer aceitar suas investidas e, como retaliação, ele pedir para a autora da trama matar a personagem dessa atriz, alegando que ela estava dando muito trabalho. Essa autora só soube desse caso anos depois de romper relações com o tal diretor.
Outra atriz, que já foi protagonista na casa, chegou ao ponto – depois de muito ser assediada e ameaçada –  falar que iria denunciar o caso à direção da emissora. E sabe o que ela ouviu do diretor? “Você acha que eles vão acreditar em mim ou em você?”. Ambas as atrizes pegaram aversão ao tal diretor e preferiram aceitar propostas para ir para a Record TV.
Não achem que a emissora não sabe dos ocorridos com essas atrizes – vale lembrar que a coluna soube do caso de outras muitas atrizes que relataram sobre as investidas do diretor citado mas, por medo, não quiseram falar abertamente. Ainda.
E não pensem que só homens fazem parte desse círculo vicioso nessa história. Dani Calabresa chegou a pedir ajuda a outras mulheres de cargos maiores para contar sobre o ocorrido, entre elas, Mônica Albuquerque, chefe do desenvolvimento e acompanhamento artístico, que em tese deveria dar apoio a atores com problemas, mas seu departamento pouco fez para ajudar Calabresa. Daniela Ocampo, braço direito de Marcius Melhem, que ao ouvir o relato da atriz, apenas aconselhou que Dani fizesse terapia e viajasse para o exterior, também foi outra mulher que escutou o relato de uma vítima e não teve a menor empatia. Vale lembrar que após a bomba vir a público, Daniela ainda organizou via Whatsapp um abaixo-assinado de apoio a Marcius.
Também é necessário lembrar o caso recente que aconteceu na editora Globo, onde Daniela Falcão – a toda poderosa da revista Vogue e até então diretora de núcleo de revistas – foi acusada por diversos funcionários por constantes assédios morais que aconteceram por anos. E, mais uma vez, os superiores tentaram abafar a história para proteger um funcionário do alto escalão. Daniela só foi demitida – a comunicação do grupo disse que ela estava saindo para realizar projetos pessoais – após a situação se tornar insustentável.
A emissora dos Marinho tem, por hábito, demitir assediadores passando pano e enviando à imprensa comunicados elogiosos sobre os mesmos, contanto que os citados optaram por seguir outros projetos pessoais ou aposentar-se. Assinar um comunicado elogioso onde o envolvido é acusado de assedio não torna a empresa conveniente ao acontecido?
Será que o grupo Globo acha que a imprensa é idiota e não sabe os bastidores do que acontece em suas empresas? A pergunta que não quer calar é a seguinte: Como a Globo irá lidar com outros casos de assédios que ainda acontecem dentro da emissora, se os assediadores estão sendo promovidos a altos cargos?

Fonte: O Dia
Créditos: Fábia Oliveira