Cidadania robótica

Arábia Saudita torna-se primeiro país a conceder cidadania para um robô

Na Arábia Saudita, uma mulher anunciou, com um sorriso no rosto, a um palco de chefes de Estado, empresários e investidores, o ganho de um direito, cedido pelo governo monárquico – o mesmo que, no início de outubro, deu permissão às mulheres para dirigir no país.

Na Arábia Saudita, uma mulher anunciou, com um sorriso no rosto, a um palco de chefes de Estado, empresários e investidores, o ganho de um direito, cedido pelo governo monárquico – o mesmo que, no início de outubro, deu permissão às mulheres para dirigir no país. O comunicado foi feito nesta quarta-feira (25) durante um evento de três dias chamado Future Investment Initiative (algo como Iniciativa de Investimento Futuro).

Diante do público, não uma mulher de carne, osso e véu, mas uma de plástico, recheada de fios, placas eletrônicas e inteligência artificial, chamada Sophia. A robô humanoide – ou seja, com aparência que imita a de um humano – é uma criação da empresa Hanson Robotics, de Hong Kong. Apresentada ao público em março de 2016, durante o festival SXSW, em Austin, nos Estados Unidos, Sophia virou motivo de piada e horror ao dar uma resposta polêmica a seu criador na época. “Você quer destruir os humanos? Por favor, diga não”, perguntou David Hanson, em uma demonstração à rede de TV americana CNBC. “Ok, eu destruirei os humanos”, ela respondeu.

No evento mais recente, Sophia fez uma participação bem humorada de cinco minutos com mediação do jornalista americano Andrew Ross Sorkin (CNBC e The New York Times). A robô respondeu com desenvoltura a perguntas espinhosas de Sorkin, como “robôs podem se tornar conscientes de que são robôs?”. “Bem, deixe-me devolver essa pergunta para você, como você sabe que você é humano?”. Em relação ao temor, manifestado por meio de famosos como o físico Stephen Hawking e empresário Elon Musk, de que a inteligência artificial avance sem controle e robôs se tornem tão inteligentes quanto humanos e subvertam a humanidade, Sophia disse que o jornalista, que citou o filme “Blade Runner” estava “lendo muito Elon Musk e assistindo muitos filmes de Hollywood”.

Por fim, fez uma ameaça sutil: “Não se preocupe, se você for legal comigo, eu serei legal com você”. De fato, esse é o modo que a robô foi programada por Hanson: ela analisa as feições do seu interlocutor e se expressa de acordo. Musk, pelo Twitter e com sarcasmo, respondeu: “Apenas deem filmes de ‘O Poderoso Chefão’ a ela. O que de pior pode acontecer?”

 

Fonte: revista Galileu
Créditos: revista Galileu