1,3 milhão

Âncora se revolta com o cantor sertanejo Gustavo Lima por cachê milionário com dinheiro público

Foto: Reprodução

Na quarta-feira (31), Eduardo Oinegue ficou contrariado com a notícia no ‘Jornal da Band’ do pagamento de cachê de R$ 1,3 milhão a Gusttavo Lima para se apresentar na cidade baiana de Campo Alegre de Lourdes no dia 9 de fevereiro.

O município de 30 mil habitantes contratou o artista mesmo sob estado de emergência em razão da seca na região, incluindo efeitos sobre a saúde dos moradores. Segundo a matéria da Band, o valor pago ao sertanejo “é três vezes maior que o orçamento de Cultura da cidade”.

Em nota, a prefeitura alegou que a presença do ídolo sertanejo atrairia turistas e movimentaria a economia local.

“O prefeito da cidade, do PC do B, tem que ser criticado, está torrando um dinheiro que não tem”, comentou o âncora, visivelmente irritado.

“Mas cadê a responsabilidade do Gusttavo Lima? É ‘recebeu, cantou’? Não interessa saber quem está pagando e a que custo esse dinheiro vai entrar na sua conta?”

Ao finalizar, Oinegue fez uma sugestão ao cantor, apelidado ‘Embaixador’ por sua popularidade, influência e riqueza: “Pra ele pensar numa próxima proposta parecida.”

Não é a primeira vez que há contestação do valor pago com recursos públicos a um show do artista goiano. Segundo o jornal ‘O Popular’, em maio de 2022 um show em Conceição do Mato Dentro, com cachê de R$ 1,2 milhão, foi cancelado após ação aberta pelo Ministério Público de Minas Gerais.

Na época, diante da repercussão negativa, Gusttavo fez uma live para se defender. “Eu nunca me beneficiei ‘sobre’ dinheiro público. Eu não compactuo com dinheiro público, sou um cara que tenho meus impostos em dia. Sobre shows de prefeitura, acho que todos os artistas fazem ou já fizeram show de prefeitura, e isso, na minha forma de pensar, é sobre valorizar a nossa arte”, disse.

Todo artista tem o direito de cobrar o quanto quiser por seu trabalho. Caro ou barato, depende da percepção de quem avalia o que será oferecido em troca de pagamento, seja um show, um quadro, uma poesia etc.

A questão, neste caso, é o uso de dinheiro público, sem licitação, desproporcional ao tamanho do município e à qualidade de vida dos moradores. Pode não ser ilegal, mas parece inadequado e imoral.

A frequência de idêntica polêmica envolvendo cachês pagos por prefeituras deveria estimular os cantores a rever essa relação delicada, a fim de evitar desgaste à própria imagem e o eventual prejuízo de ter apresentações canceladas em cima da hora.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Terra