BBB 21

ALIENAÇÃO COLETIVA?! Entenda o impacto psicológico causado pelo BBB que interfere diretamente na vida das pessoas

Desde a sua estreia, do Big Brother Brasil 21 (BBB 21), tem sido um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, e vem causando grande repercussão por todo o mundo. Além disso, vem causando não só uma grande repercussão, mas bagunçando um pouco a rotina de milhares de pessoas que acompanham o programa.

Desde a sua estreia, do Big Brother Brasil 21 (BBB 21), tem sido um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, e vem causando grande repercussão por todo o mundo. Além disso, vem causando não só uma grande repercussão, mas bagunçando um pouco a rotina de milhares de pessoas que acompanham o programa.

“Um programa como este, com pessoas reais, aproxima, estabelece uma relação de identificação ou o contrário. E estimula as pessoas a observarem e desejarem o que acontecerá, como se pudessem mover as peças da vida: vote no líder, vote em quem fica ou sai… Uma grande alienação coletiva”, disse,  a psicóloga Mayara Almeida.

De acordo com a psicóloga Mayara Almeida como o reality vai influenciar na vida das pessoas positivamente e negativamente é relativo pois depende de como cada um recebe e faz uso das informações e experiências que atravessam a sua vida. “De forma geral, as pessoas querem estar lá, tem festas, tem prêmio, tem uma ideia de que a vida é feita de uma forma mais simples e fácil”, acrescentou.

O estudante Jhonas Formiga, 26, é muito fã do programa, e não deixa de assistir um dia sequer. Ele fala sobre o  quanto o programa o envolve, e relata um pouco de sua rotina durante os meses de exibição do programa.

“Sou fã do programa, acompanho BBB boa parte do dia, quando não é na TV é através da plataforma da emissora.  Com a pandemia, estou passando mais tempo em casa e assistindo com mais frequência. Fico na torcida de uns e falando de outros. Acredito que todo esse envolvimento acaba levando a gente a fortes emoções, estilo copa do mundo”, disse, Jhonas.

Jhonas afirma também que, o programa acaba despertando uma grande curiosidade para saber o que vai acontecer depois, e com isso acaba indo dormir bem mais tarde do que estava acostumado.

“Toda essa rotina de acompanhar o programa acaba fazendo a gente dormir um pouco mais tarde para saber quem é o líder da semana e até mesmo acompanhar o pós-paredão madrugada a dentro para saber o que o eliminado vai falar. E com isso acaba modificando e prejudicando a rotina do próximo dia”, acrescentou, o jovem.

Já a professora aposentada, Fátima Oliveira, 66, relata o quanto que o reality vem mexendo com sua cabeça, o quanto foi ruim acostumar seu organismo a dormir tarde, e que teve sua rotina totalmente modificada.

“Essa edição, especialmente, mexeu muito com minha cabeça e para me acostumar a dormir tarde foi ruim, agora já estou pensando depois desses três meses como vou desacostumar e voltar a dormir cedo (risos)”, disse, a espectadora.

Existem aquelas pessoas que acompanham o programa como mero entretenimento, mas, para Fátima vai muito além.

“Eu já percebia a falsidade de alguns participantes dentro da casa e como isso afeta a quem assiste aqui fora, como telespectador. Eu não estava assistindo por assistir, estava analisando um por um, mas a nossa conterrânea Juliette sempre se destacou por ser verdadeira, corajosa e humilde”, finalizou, Fátima Oliveira.

São muitos os relatos das pessoas que acompanham o programa. Relatos esses que chegam a soam absurdos no ponto de vista comum. O envolvimento vai desde as crianças até os idosos. O reality acaba hipnotizando o público, e a psicóloga Mayara Almeida comentou a respeito.

“Se há um interesse de uma criança em acompanhar esse tipo de programa ou ter vontade de participar, pode ter sido incentivado por adultos próximos, pelo desejo de que a criança seja famoso ou famosa, e apresenta aquela experiência como algo encantador. É possível que a criança se interesse sozinha, mas por motivos diferentes dos adultos: cores, piscina, pufs, decoração preparada para prender o telespectador, embora o programa não seja recomendado para menores”, disse, a psicóloga.

De acordos com informações divulgadas pelo site Estadão, uma pesquisa realizada pela Hibou, empresa de monitoramento de mercado e consumo, indica que os temas no reality show incomodam e despertam gatilhos.

Entre os brasileiros que estão acompanhando o programa (52% de 2.467 entrevistados), 86% afirmam que já sentiram emoções negativas fortes, sendo que raiva, tristeza, preconceito e humilhação têm maior expressividade. As respostas foram coletadas de forma virtual entre os dias 5 e 6 de fevereiro, em território nacional. A amostra contou com pessoas acima de 20 anos, englobando o público ABCD, sendo que 56% eram casadas e 58%, mulheres.

“Sim, é uma realidade trazida até mesmo para o consultório. Gatilhos,  sobre diversos assuntos emocionais: violência contra a mulher, preconceito e Gaslighting”, relatou, Mayara Almeida.

Com mais de 20 anos no ar, o Big Brother Brasil já faz parte da rotina de entretenimento sazonal da população. Nos três meses em que fica no ar, o programa pauta a imprensa, as conversas entre amigos e até mesmo quem não assiste tem opinião sobre a atração. O telespectador está ali para uma espécie de diversão, mas a quebra de uma expectativa positiva acaba provocando sensações contrárias.

A psicóloga Mayara Almeida explica que tal acompanhamento do reality show pode não ser saudável até determinado momento. “O limite é se faz você sentir-se bem, se é uma atração divertida, se te deixa dormir e fazer as coisas que te davam prazer. Se ultrapassa esses limites, acaba se tornando bastante prejudicial”, concluiu.

 

Fonte: Adriany Santos
Créditos: Adriany Santos