COMPRA DA VACINA

1 MÊS SEM PAULO GUSTAVO: emoção e repúdio a Bolsonaro marcam a data

Amigos e familiares se indignaram pelo fato de que Paulo Gustavo, bem como centenas de milhares de vítimas da covid-19, poderia ter sido imunizado se a campanha de vacinação estivesse mais avançada no Brasil.

 

A morte de Paulo Gustavo completa um mês hoje, (4). Saudade, comoção, homenagens e revolta marcam a data sem um dos principais humoristas do país, que não resistiu às complicações da covid-19.

Amigos e familiares se indignaram pelo fato de que Paulo Gustavo, bem como centenas de milhares de vítimas da covid-19, poderia ter sido imunizado se a campanha de vacinação estivesse mais avançada no Brasil.

Todo mundo que amava o Paulo Gustavo tem que se perguntar: Por que que no Brasil não temos vacina suficiente? A gente tem que se perguntar. Não foi uma fatalidade. Ele era um homem saudável, sem nenhuma comorbidade. Existe responsável para isso (…) Eu fico indignada, mas o que eu sinto mais forte é perplexidade — Mônica Martelli, no programa “Saia Justa”

Martelli, que era uma das melhores amigas de Paulo Gustavo, levou o nome do ator estampado em um cartaz ao último grande protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no dia 29 de maio, que mobilizou mais de 430 mil pessoas no Brasil e algumas cidades do exterior.

“Nunca mais ponha na sua boca o nome do meu irmão”
Foi com o mesmo sentimento de revolta de Mônica Martelli e de milhares de fãs que a irmã de Paulo Gustavo, Ju Amaral, se manifestou sobre uma mensagem publicada por Bolsonaro direcionada à família do protagonista de “Minha Mãe é Uma Peça”.

Sr. presidente, me disseram algo sobre o senhor ter postado condolências à minha família. Só agora tive forças de vir responder como o senhor merece, e o mínimo que eu posso lhe dizer é que, por coerência, nunca mais ponha na sua boca o nome do meu irmão. Essa boca que disse não à vacina e condenou tantos à morte, essa mesma boca que debochou imitando pessoas com falta de ar, pessoas que viveram o horror que meu irmão viveu, não pode ser usada para pronunciar o nome dele nem lamentar a morte de todos os vitimados pela covid.

Outros amigos famosos de Paulo Gustavo também se pronunciaram contra o governo, a exemplo de Ingrid Guimarães e Luciano Huck.

Paulo Gustavo já era pra estar vacinado. Há 9 meses quando 70 milhões de vacinas foram rejeitadas. Quando a ciência foi descredibilizada. Quando a doença foi minimizada. Muitas mortes teriam sido evitadas — Ingrid Guimarães.

Tatá Werneck: “Não ouse usar o nome do Paulo Gustavo”
A amiga do ator acabou entrando em uma discussão após alguns seguidores mencionarem o nome de Paulo Gustavo no Twitter para justificar aglomerações na pandemia. Tatá, que chegou a rebater críticas por usar máscara e face shield na cerimônia de cremação do ator, se revoltou.

Querido, não ouse usar o nome do Paulo para justificar sua teoria irresponsável de que aglomeração não prejudica a pandemia. Você jura que nunca ouviu falar que é necessário distanciamento social? E aquela quantidade de pessoas sem máscara? Te explicando o mínimo.

A força da verdadeira Dona Hermínia
Dona Déa Lúcia, que inspirou a maior criação de Paulo Gustavo (a Dona Hermínia), emocionou os amigos e parentes na missa de sétimo dia do filho. Ela, que surpreendeu o público ao falar do ator no “Fantástico”, negou que seja forte.

Eu não sou forte como todo mundo diz, a minha força está em Deus. Eu peço a Ele todo dia. Eu creio e aceito na partida do meu filho, mas peço que me Ele me ajude. Me dê forças no meu coração. Eu não sou forte, é a fé.

Paulo Gustavo deixou o marido, Thales Brettas, e dois filhos frutos da união com o dermatologista. No primeiro mês sem a companhia do ator, com quem foi casado por sete anos, Thales falou da saudade, mostrou fotos com os filhos Romeu e Gael, momentos engraçados do humorista e também se indignou, como quando criticou boatos e postou um vídeo de Paulo pedindo para tomar a vacina.

Homenagens
O primeiro mês sem Paulo Gustavo também foi marcado por muitas homenagens. Um mural de grafite foi desenhado em São Paulo e uma rua em Niterói, cidade natal do ator, teve o nome foi alterado para Rua Paulo Gustavo.

Depois de morrer, o ator também foi lembrado pela sua generosidade e foi revelado que ele chegou a doar R$ 500 mil em oxigênio para ajudar vítimas da covid-19 em Manaus em pleno surto do vírus na capital do Amazonas.

Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba